Apesar de não ser certo o número de estivadores que vão ser afetados por esta decisão, os operadores do Porto de Lisboa asseguram que vai avançar de imediato e que se justifica pela redução da atividade.
Isto acontece depois de, na sexta-feira, o Sindicato dos Estivadores ter recusado um nova proposta para um novo contrato coletivo de trabalho.
De acordo com a Associação de Operadores do Porto de Lisboa, foi atingido o limite naquela que seria a possibilidade de entendimento.
"Chegamos ao limite. Há mais de um mês que o Porto de Lisboa está completamente parado. Vamos avançar para um despedimento coletivo, porque temos que redimensionar por não termos trabalho", sublinhou o presidente da associação, Morais Rocha.
Porto de Lisboa na lista negra
Poucos dias depois de começar mais uma greve dos estivadores, no porto de Lisboa, os alertas para as consequências começaram a multiplicar-se. A greve foi prolongada até 27 de maio, com incidência também nos portos de Setúbal e Figueira da Foz, e começou a levantar sérios problemas como o facto de Lisboa ficar na lista negra dos principais operadores do mercado internacional.
Uma situação que ganha ainda mais peso depois de, em dezembro de 2015, alguns armadores terem abandonado o porto de Lisboa para fugirem da greve dos estivadores, que entrou em curso a 14 de novembro.
Como noticiava por esta altura o “Económico”, o grupo dinamarquês Maersk, maior armador mundial, chegou mesmo a comunicar aos clientes e parceiros que pretendia abandonar as operações no porto de Lisboa.
Por esta altura, este era já o anúncio da segunda baixa, depois de a alemã Hapag-Lloyd ter trocado o porto de Lisboa pelo de Leixões.
Para a Associação dos Agentes de Navegação de Portugal (Agepor), “os armadores já não estão para se sujeitar a um porto que não deu no passado, não dá no presente e também não se vislumbra querer dar no futuro garantias e vontade de ter estabilidade”.