Mesmo antes de as autoridades egípcias abrirem a boca para falarem da queda do Airbus A320 da EgyptAir, o candidato republicano Donald Trump foi perentório: “É provavelmente um atentado terrorista. O avião descolou de Paris. Quando vamos finalmente acordar e ser duros, inteligentes e vigilantes? Que ódio, que doença”, escreveu o milionário no Twitter. A agência noticiosa AFP cita o diretor dos serviços secretos russos, FSB, que teria dito: “Parece evidente que foi um atentado.”
Desta vez, o singular político norte-americano e os serviços secretos do seu amigo Vladimir Putin não exageraram. Segundo a CNN, o vice-presidente do Egito afirmou a jornalistas de uma televisão do Cairo: “Encontrámos a fuselagem do avião”. A CNN, citando fontes oficiais americanas, afirma que foi uma bomba que provocou a queda do aparelho.
O avião descolou do aeroporto de Rossy às 23h09, hora local (22h09 em Lisboa) e desapareceu do radar 3h20 horas depois, sobre espaço aéreo grego. Segundo revelou o ministro da Defesa helénico, Panos Kammenos, depois de ter tido conversações telefónicas com o seu homólogo egípcio, “o registo que temos é que, às 00h37 GMT, o avião, que estava 10 a 15 milhas dentro do espaço aéreo egípcio, efetuou uma viragem de 90 graus à esquerda seguida de uma viragem de 360 graus à direita, tendo seguidamente caído de 37 mil para 15 mil pés: Cerca dos 10 mil pés perdemos a sua imagem nos nossos radares”, declarou Kammenos.
O voo MS804 da EgyptAir, que efetuava a ligação entre Paris e o Cairo, transportava 66 pessoas a bordo, entre os quais 56 passageiros e 10 membros da equipagem, que incluía 3 agentes de segurança egípcios. A companhia EgyptAir comunicou que 30 passageiros eram egípcios, 15 franceses, dois iraquianos, um britânico, um belga, um kuwaitiano, um saudita, um chadiano, um argelino, um canadiano e um português.
Segundo o semanário “Expresso”, “João Silva é o nome da vítima portuguesa que seguia no Airbus A320 da EgyptAir. O português tinha 62 anos, era casado e pai de quatro filhos”. Segundo apurou o “Expresso”, o passageiro era engenheiro civil e trabalhava em vários países africanos há anos. Estaria neste momento a trabalhar em Joanesburgo, na África do Sul.
A confirmar-se o atentado, este é o segundo avião vítima de ataque terrorista em território egípcio no espaço de um ano. No dia 31 de outubro de 2015, o voo 9268 da Metrojet partiu da estância balnear de Sharm el-Sheikh com destino a Sampetersburgo. O avião veio a despenhar-se no deserto do Sinai, morrendo as 224 pessoas que estavam a bordo.
A queda do aparelho foi reivindicada pelo Estado Islâmico. Os jihadistas terão dissimulado o explosivo numa lata de soda antes de a esconder a bordo do aparelho da companhia russa.