Uma carta do coronel Vasco Lourenço


O presidente da Associação 25 de Abril enviou uma carta em que critica um editorial e a, na sua opinião, “deturpação demagógica inserida na primeira página” do i


O vosso editorial de 14 de abril, assinado pelo diretor executivo Vítor Rainho, decidiu tentar insultar-me.

Não vou apelar à lei de imprensa para exigir a publicação desta minha resposta.

Ainda acredito que isso não seja necessário.

A autoria do editorial e os argumentos nele aduzidos levam-me à natural conclusão de quem foi o responsável pela primeira página do vosso jornal do dia anterior, que está na origem de tudo isto.

É sabido que a responsabilidade dos títulos é dos diretores e/ou editores (pelo menos é essa a versão que recebo normalmente, quando saliento – e já me aconteceu muitas vezes – a enorme discrepância entre o conteúdo de artigos e o título com que os mesmos aparecem publicados). Parece-me lógico concluir que o responsável por esses títulos do dia 13 terá sido o diretor executivo Vítor Rainho.

Pois bem, vamos ao que interessa: em nenhuma ocasião neguei ter dito, em resposta à questão que o jornalista me colocou, “há quem defenda isso (a recusa do convite para nomeação como CEME), por mim o desejável é que isso acontecesse, mas como não é o normal, não acredito que venha a acontecer”.

O que eu neguei (como foi referido no comunicado da A25A) e continuo a negar é que alguma vez tenha feito qualquer apelo para isso acontecer.

No meu entender, manifestar a vontade de ver criada uma situação e fazer um apelo para que isso se verifique não é a mesma coisa. Sim, na linguagem militar as duas coisas não têm o mesmo significado!…

A deturpação demagógica inserida na primeira página do vosso jornal volta a estar presente nas afirmações do editorialista: nunca tentei desmentir a existência de um movimento militar para preparar uma manifestação contra o governo no 25 de Abril. O que neguei é que tenha qualquer ligação a isso, facto que é “insinuado” quando a notícia aparece junto à minha fotografia (não foram poucas as pessoas que contactaram a A25A a saber se isso correspondia à verdade). E ao contrário do que é afirmado no editorial, não disse ter ouvido falar nessa “movimentação contra o governo no 25 de Abril”. Disse, sim, e confirmo que já ouvira falar em movimentações para uma ação de desagravo ao general Carlos Jerónimo, nomeadamente um jantar.

Quero dizer ao editorialista que o que me preocupa menos (é o lado para onde durmo melhor…) são possíveis críticas de quem quer que seja às minhas intervenções públicas, só porque possa atacar as suas posições. Neste caso não se verificaram, mas se há característica que me é reconhecida é não ter medo de assumir posições controversas, seja contra quem for, desde que necessárias à defesa dos valores em que acredito.

Quanto ao caricato da minha afirmação da necessidade de rever o comunicado previsto pela A25A face às notícias do i, a má-fé de quem faz o editorial fica clara e transparente: como o editorialista sabe – penso que leu esse comunicado -, o mesmo foi acrescido de um P.S., onde é esclarecido o assunto i.

Termino com uma sugestão ao editorialista: seja honesto, não use de má-fé, deturpando os factos só para fazer furor com os títulos e, como afirma, assuma os erros quando os comete.

Se há um campo em que não recebo lições é nesse. Nomeadamente de quem procede como procedeu; depois da deturpação feita, vem tentar justificá-la com nova deturpação demagógica dos factos.


Uma carta do coronel Vasco Lourenço


O presidente da Associação 25 de Abril enviou uma carta em que critica um editorial e a, na sua opinião, “deturpação demagógica inserida na primeira página” do i


O vosso editorial de 14 de abril, assinado pelo diretor executivo Vítor Rainho, decidiu tentar insultar-me.

Não vou apelar à lei de imprensa para exigir a publicação desta minha resposta.

Ainda acredito que isso não seja necessário.

A autoria do editorial e os argumentos nele aduzidos levam-me à natural conclusão de quem foi o responsável pela primeira página do vosso jornal do dia anterior, que está na origem de tudo isto.

É sabido que a responsabilidade dos títulos é dos diretores e/ou editores (pelo menos é essa a versão que recebo normalmente, quando saliento – e já me aconteceu muitas vezes – a enorme discrepância entre o conteúdo de artigos e o título com que os mesmos aparecem publicados). Parece-me lógico concluir que o responsável por esses títulos do dia 13 terá sido o diretor executivo Vítor Rainho.

Pois bem, vamos ao que interessa: em nenhuma ocasião neguei ter dito, em resposta à questão que o jornalista me colocou, “há quem defenda isso (a recusa do convite para nomeação como CEME), por mim o desejável é que isso acontecesse, mas como não é o normal, não acredito que venha a acontecer”.

O que eu neguei (como foi referido no comunicado da A25A) e continuo a negar é que alguma vez tenha feito qualquer apelo para isso acontecer.

No meu entender, manifestar a vontade de ver criada uma situação e fazer um apelo para que isso se verifique não é a mesma coisa. Sim, na linguagem militar as duas coisas não têm o mesmo significado!…

A deturpação demagógica inserida na primeira página do vosso jornal volta a estar presente nas afirmações do editorialista: nunca tentei desmentir a existência de um movimento militar para preparar uma manifestação contra o governo no 25 de Abril. O que neguei é que tenha qualquer ligação a isso, facto que é “insinuado” quando a notícia aparece junto à minha fotografia (não foram poucas as pessoas que contactaram a A25A a saber se isso correspondia à verdade). E ao contrário do que é afirmado no editorial, não disse ter ouvido falar nessa “movimentação contra o governo no 25 de Abril”. Disse, sim, e confirmo que já ouvira falar em movimentações para uma ação de desagravo ao general Carlos Jerónimo, nomeadamente um jantar.

Quero dizer ao editorialista que o que me preocupa menos (é o lado para onde durmo melhor…) são possíveis críticas de quem quer que seja às minhas intervenções públicas, só porque possa atacar as suas posições. Neste caso não se verificaram, mas se há característica que me é reconhecida é não ter medo de assumir posições controversas, seja contra quem for, desde que necessárias à defesa dos valores em que acredito.

Quanto ao caricato da minha afirmação da necessidade de rever o comunicado previsto pela A25A face às notícias do i, a má-fé de quem faz o editorial fica clara e transparente: como o editorialista sabe – penso que leu esse comunicado -, o mesmo foi acrescido de um P.S., onde é esclarecido o assunto i.

Termino com uma sugestão ao editorialista: seja honesto, não use de má-fé, deturpando os factos só para fazer furor com os títulos e, como afirma, assuma os erros quando os comete.

Se há um campo em que não recebo lições é nesse. Nomeadamente de quem procede como procedeu; depois da deturpação feita, vem tentar justificá-la com nova deturpação demagógica dos factos.