O estranho negócio de Imbula

O estranho negócio de Imbula


A China deixou na sombra o mercado europeu. Só o jogador do FC Porto foi a excepção ao monopólio chinês.


O mercado de inverno nas principais ligas europeias fechou e Jesus (que tinha dito que a semana nunca mais acabava) já pode descansar. Ele e José Peseiro, pelo menos. O novo treinador do FC Porto vê-se livre de um Ferrari e não é para todos ficar contente por isso.

Pela primeira vez a transferência mais cara não foi para a Europa – dois dos três maiores negócios tiveram como destino a China, país que tem investido forte e convenceu Ramires e o Chelsea por 33 milhões de euros – o antigo jogador do Benfica vai jogar no Jiangsu Suning. O avançado Elkeson protagonizou a terceira maior movimentação financeira, dentro da China, na troca do Guangzhou Evergrande pelo Shanghai, por 18,5 milhões. Os chineses também ficaram com o quarto lugar, com a chegada do atacante Gervinho, que deixou a Roma. A China não está para brincar e já gastou mais de 160 milhões.

Mas a segunda maior venda é uma da Europa e, mais precisamente, de Portugal: o Stoke City pagou 24 milhões pelo francês Imbula, que deixou o Porto.

A história de Imbula está envolta em mistério. A Doyen Sports tinha vindo dizer que não tinha financiado a transferência de Imbula para o Dragão, no verão, mas foi o pai do jogador, Willy Ndangi, a desmentir o fundo de jogadores, referindo no entanto que este não tem nenhum direito sobre o futebolista.

Além do Inter, o Milan também estava interessado no jogador quando este chegou ao Porto há seis meses por 20 milhões. Eu entendia que no Milan ele não ia jogar de imediato. Só que isto está tudo ligado. Os intermediários que trabalham para o FC Porto são os mesmos que trabalham para o Milan… O FC Porto fez uma oferta duas vezes e meia superior à primeira. O treinador [Lopetegui] queria Imbula e o FC Porto chegou a acordo com a Doyen Sports, que meteram algum dinheiro para que a transferência se concretizasse”, contou o Record, citando o pai de Imbula no “Journal du Dimanche”.

Lopetegui chamou-lhe Ferrari, mas queria outro jogador para a sua posição e Peseiro veio confirmar isso mesmo, nas poucas oportunidades que teve não o utilizou. Fez apenas 21 jogos no Porto e mesmo assim conseguiu ser a mais cara transferência do Stoke.

fel@ionline.pt