1. Marcelo não encheu as ruas de outdoors, não colocou pendões nos postes nem distribuiu autocolantes. Fez uma campanha limpa. Os ambientalistas devem votar nele.
2. Num país que tanto se queixa das suas elites e da sua indisponibilidade para acrescentar valor à pátria, Marcelo representa, descontraidamente, o melhor da elite indígena. É o candidato dos exigentes.
3. Numa campanha básica e populista, Marcelo consegue a proeza de ser o mais próximo, o mais autêntico e o mais natural. Não tão desarmante quanto Tino. Não tão intelectual como Nóvoa. Não tão simpático quanto Marisa. Mas, sem dúvida, o verdadeiro representante do povo.
4. Não vai dissolver, não vai exonerar, não vai criar problemas. Seja qual for o governo ou a maioria que o apoie, desde que legítimos e constitucionais. Está resolvido o problema dos institucionalistas.
5. Marcelo tem vida e percurso próprios, aí se incluindo uma profissão, uma vocação e um trabalho. Marcelo não precisa da Presidência para ter estatuto. Já a Presidência precisa dele para recuperar reputação.
6. Marcelo ostenta conhecimento, inteligência e sentido de humor. Conhece o país. Conhece os defeitos e os maus hábitos do país. Poderá não ser capaz de os anular. Mas ajudar-nos-á a viver melhor com eles.
7. Marcelo é a garantia do regresso à normalidade. A partir de segunda-feira voltamos a pensar na dívida, nos juros, no Orçamento e na troika. Em suma, voltamos às coisas realmente sérias.
8. Marcelo, diz-se (o “Observador” tratou disso esta semana), não inspira confiança nem garante estabilidade.
A sério? De certeza que não precisamos de mais 15 dias para descobrir algum candidato que o faça mais do que ele.
Escreve à quinta-feira