O candidato “modesto” destas eleições é Marcelo Rebelo de Sousa – a sua notoriedade esmagadora permitem-lhe dispensar os artefactos de campanha que são usados pela maioria dos candidatos. O orçamento de Marcelo para a campanha eleitoral é muito menor do que aquele apontado pelos seus dois principais adversários – Maria de Belém e Sampaio da Nóvoa.
Vejamos: enquanto Marcelo pensa gastar apenas 157 mil euros na campanha, Maria de Belém Roseira “orçamentou” 650 mil enquanto Sampaio da Nóvoa conta gastar 742 mil. No entanto, os dois candidatos mais próximos do PS ainda estão abaixo dos gastos projetados pelo candidato do PCP, Edgar Silva – os comunistas, cuja fama de parcimónia superava até agora a de Marcelo Rebelo de Sousa, prevê gastar na campanha para as presidenciais mais do que qualquer outro candidato: 750 mil euros.
Se nos limitarmos a comparar a alínea dos gastos em comícios, concluiu-se que Marcelo tenciona gastar tão pouco, tão pouco que só Tino de Rans e Paulo Morais conseguem ser ainda mais parcimoniosos que o professor de Direito. Marcelo só colocou no orçamento 20 mil euros para gastar em comícios, enquanto Sampaio da Nóvoa prevê gastar seis vezes mais: 120 mil euros. Mesmo assim, abaixo da candidata do Bloco de Esquerda, Marisa Matias – 143.910 mil euros. Também Edgar Silva, o candidato do PCP estipulou gastar 175 mil euros em “comícios, espetáculos e caravanas”. Maria de Belém é quem conta gastar mais nesse capítulo: 229.392,36 euros.
Abaixo dos 20 mil euros que Marcelo conta gastar em comícios, só mesmo os candidatos Paulo Morais, Tino de Rans e Cândido Ferreira: o ex-vereador da Câmara do Porto e um dos mais ferozes combatentes da corrupção no Estado, prevê gastar apenas 8 mil euros em comícios. Tino de Rans, que foi uma estrela nos congressos do PS no tempo de António Guterres – ex-presidente da Junta de Freguesia de Rans e ex-candidato à Câmara de Valongo – tenciona gastar em comícios apenas 5 mil euros. Cândido Ferreira, ex-presidente do PS/Leiria, conta gastar 6 mil euros.
Marcelo também é um dos candidatos mais fortes – e está à frente em todas as sondagens – que faz uma previsão muito baixa relativamente à subvenção estatal que receberá. Enquanto o ex-líder do PS colocou no orçamento de campanha apenas 90 mil euros de verbas do Estado, Sampaio da Nóvoa faz uma previsão de receber 798 mil euros, Maria de Belém Roseira 790.656 mil euros e Sampaio da Nóvoa um pouco mais – 798 mil euros. Henrique Neto conta receber 199 mil euros de subvenção.
