Centenas de criadores de porcos de todo o país levaram ontem a cabo um protesto contra as práticas comerciais das grandes superfícies. Os suinicultores queixam-se dos preços baixos impostos pelos supermercados para escoar a carne e de irregularidades na rotulagem.
Os produtores têm vindo a queixar-se de que os custos de produção de porcos ascendem hoje a 1,50 euros por quilo de carne, enquantocada quilo é depois vendido a um euro nos hipermercados. A indústria calcula que, por cada porco que é vendido, os produtores percam 45 euros.
Depois de vários outros protestos nas últimas semanas, os suinicultores começaram ontem por concentrar-se na área de serviço de Antuã, na A1, onde decidiram visitar o supermercado Pingo Doce de Braga, para mostrar que as grandes superfícies não indicam nos rótulos a proveniência da carne.
Vítor Menino, presidente da Federação Portuguesa de Associações de Suinicultores, explicou à TSF que a carne de porco importada já representa 30% do consumo. Com a omissão dos rótulos, é escondida a real proveniência dos produtos.
“Nesta ação, um dos objetivos é dar informação [à opinião pública] e alertar para a prática de terrorismo comercial que tem vindo acontecer por parte da grande distribuição relativamente aos produtores” de carne de suíno, disse à Lusa João Correia, outros dos promotores da iniciativa.
Cerca de 200 suinicultores entraram então no Pingo Doce do Braga Parque vestidos a rigor. Ostentavam t-shirts brancas onde se lia “Coma o que é nosso”, concentraram-se na área do talho e das montras de embalagens de carne e apontaram para insuficiências na rotulagem. “A única coisa que nos diz é o preço e a data de validade, não nos diz mais nada”, explicou João Correia
A Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) foi chamada ao local pelos suinicultores em protesto e comprovou as omissões. A entidade de fiscalização recolheu embalagens de carne de porco não rotulada, no talho daquele supermercado.
Em Portugal existem quatro mil suinicultores industriais e quase 14 mil explorações.
Jornal i