Terrenos férteis. Urina de vaca é melhor que qualquer insecticida

Terrenos férteis. Urina de vaca é melhor que qualquer insecticida


O uso de urina de vaca na fertilização dos solos agrícolas tem inúmeras vantagens para o agricultor porque é “rica” em nutrientes e tem um efeito insecticida e fungicida, mostrou a investigação da Universidade de Vila Real.


Até hoje quando se falava sobre vacas na agricultura era só para as culpar pelos gases com efeito de estufa que atiram para a atmosfera sem piedade pelo planeta. Esses tempos foram e continuam a ser duros para os bovinos, mas isso agora é passado. Pelo menos em parte. Os investigadores da Universidade de Vila Real descobriram que a urina do gado pode vir a ser um grande aliado contra as alterações climáticas.

A utilização do chichi de vaca na fertilização dos solos agrícolas tem “muitas vantagens” para o agricultor, porque é rico em nutrientes e tem um efeito insecticida e fungicida, concluiu um estudo desenvolvido pela Universidade de Vila Real.
A urina de vaca é um óptimo fertilizante por ser muito rico em nutrientes essenciais às plantas, não revela fitotoxicidade (quando utilizada em dosagens correctas), tem baixo custo de aquisição, efeito rápido, além de ser insecticida e fungicida, e por isso constitui uma alternativa aos fitofármacos e não envolve risco para a saúde do produtor nem do consumidor. A conclusão surge na investigação anunciada ontem pela Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro

A utilização deste fertilizante orgânico revelou “resultados superiores” aos dos fertilizantes comerciais, defende o estudo orientado pelo docente e investigador da universidade Henrique Neto. Outras das vantagens da urina de vaca é ser obtida nas explorações agro-pecuárias, melhorando por isso o meio ambiente, e proporcionar “bons resultados” nas várias aplicações, dosagens e concentrações estudadas, realçou.

O trabalho de investigação realizou-se numa das estufas da área experimental da universidade onde foi avaliado o efeito da diluição crescente de urina de vaca como fertilizante, através de um delineamento experimental composto por oito tratamentos com três repetições no tempo, utilizando como material vegetal o milho amarelo da região do vale de Vila Pouca de Aguiar, no distrito de Vila Real.

Durante a investigação foram feitos três ensaios em que se testaram oito tratamentos em tabuleiros individuais, um dos quais utilizando apenas água, outro fertilizante químico comercial e nos restantes concentrações distintas de urina de vaca em água.

“Estes ensaios, acompanhados ao longo de 27 dias, permitiram concluir que as elevadas concentrações de urina de vaca produzem um efeito inibidor, não permitindo uma boa taxa de germinação da semente. Contudo, a utilização da mesma matéria-prima com baixas concentrações permitiu fertilizar o material vegetal com resultados superiores aos do fertilizante comercial”, determinou o estudo.