Não são telemóveis, nem jóias e muito menos livros ou camisolas de lã tricotadas pelas avós. Se os portugueses pudessem escolher a prenda que gostariam de receber neste Natal, escolheriam dinheiro. Só depois é que surgem outros objectos como smartphones, perfumes ou vestuário, conclui o estudo da Deloitte ontem divulgado.
Apesar de euros no sapatinho ser o presente mais desejado, quer por homens, quer por mulheres, elas ainda assim representam uma percentagem mais significativa, de 66% contra 47%. Nas gerações mais novas, entre os 18 e os 24 anos, o dinheiro mantém-se igualmente como o presente preferido, mas a sua importância tem vindo a diminuir, de 71% em 2013, para 65% no ano passado e 64% em 2015.
Também entre os 35-44 anos, o dinheiro lidera as preferências. É preciso chegar à faixa etária entre os 45-54 anos para encontrarmos os livros no top das preferências, passando o dinheiro para a segunda posição. Depois de uma queda significativa nas preferências das gerações mais velhas, o dinheiro voltou ao top 3, mas ainda assim são os livros e as viagens que estão entre as prendas mais apetecíveis.
No que diz respeito a brinquedos para crianças, o estudo revela que os portugueses são entre os europeus aqueles que mais presentes educativos ofereceram nos dois últimos anos (70% contra 54%). Os portugueses revelaram-se também mais cautelosos no uso do crédito, com apenas 3% a pretender consumir mais através do crédito, contra 58% que querem diminuir essa utilização.
O inquérito mostra que os portugueses continuam a cortar no orçamento para o Natal, que este ano fica pelos 315 euros por lar, sendo quase metade gasto em presentes, sobretudo para as crianças. A diminuição do rendimento disponível (depois de impostos) é o principal motivo apontado por metade dos portugueses inquiridos para reduzirem as despesas no Natal.
O inquérito da Deloitte foi realizado em 14 países (Reino Unido, França, Portugal, Espanha, Itália, Grécia, Alemanha, Bélgica, Holanda, Dinamarca, Polónia, Rússia, Eslovénia, África do Sul), tendo sido inquiridas 14065 pessoas. E não é o único estudo sobre tendências natalícias que que ontem foi divulgado. O inquérito do site de viagens HomeAway feito a quatro mil famílias de oito países mostra ainda que 4 em cada 5 pessoas (84%) vão passar o Natal com a família, sendo que este valor sobe para 91% entre portugueses. Em média, dois terços (66%) dos entrevistados estão entusiasmados por estar com a família, sendo que os portugueses são os que mais valorizam o tempo em família, caracterizando este período de convívio como muito ou extremamente importante (87%).
Quando questionados sobre a possibilidade de se gerarem discussões nesta quadra, os portugueses aparentam ser os menos conflituosos. Cerca de dois terços dos inquiridos (61%) a nível global antecipa poder vir a discutir com familiares e amigos nas férias de Natal, enquanto entre portugueses este valor desce para os 41%.
Alojar toda a família numa só casa pode ser um desafio. Em média, os inquiridos contam reunir sete pessoas da família para celebrar esta quadra natalícia, valor que sobe para oito em Portugal. No entanto um quarto dos portugueses planeia passar o Natal com mais de 10 pessoas. Talvez por isso um em cada cinco (18%) dos inquiridos refere que o espaço insuficiente é um obstáculo e que 40% já se viu forçado a dormir no sofá ou no chão para acomodar familiares. Esta situação pode explicar por que é que 29% dos portugueses inquiridos preferiam que os familiares, nomeadamente pais e sogros, fiquem alojados noutro local durante o Natal e 33% dos portugueses preferiam ir de férias durante o período de Natal se pudessem.