“Nenhuma informação de países europeus por onde ele pudesse transitar antes de chegar a França nos foi comunicada”, assegurou o ministro, que falava à imprensa após a identificação do corpo do ‘jihadista’, morto pela polícia na operação das forças especiais de quarta-feira em Saint Denis.
Apenas a 16 de novembro, três dias depois dos atentados, um serviço de informações “não europeu” informou as autoridades francesas da passagem de Abaaoud pela Grécia, precisou Cazeneuve.
“Todos têm de compreender que é urgente a Europa acordar, organizar-se e defender-se da ameaça terrorista”, afirmou, depois de sublinhar que “a cooperação é decisiva na luta antiterrorista”.
Evocando a reunião extraordinária de ministros do Interior da União Europeia (UE) que convocou para sexta-feira, Cazeneuve apelou a “uma tomada de consciência coletiva de todos os ministros europeus” para a necessidade de “avançar rapidamente e em força” pensando “em todas as vítimas do terrorismo”.
Segundo o ministro, o belga, de 29 anos, “teve um papel determinante” nos atentados de sexta-feira passada em Paris, que fizeram 129 mortos, e esteve envolvido em quatro dos seis atentados terroristas evitados este ano em França.
“Seis ataques foram evitados ou abortados pelos serviços franceses desde a primavera de 2015. Abaaoud estava envolvido em quatro deles”, disse Cazeneuve.
O corpo de Abdelhamid Abaaoud foi hoje formalmente identificado entre os dois mortos na operação policial de quarta-feira em Saint-Denis, um subúrbio a norte de Paris.
Na operação morreram duas pessoas, ambas no interior do apartamento cercado pela polícia, Abaaoud, abatido a tiro pela polícia, e uma mulher que se fez explodir, identificada como Hasna Aitboulahcen, prima do ‘jihadista’.
Abdelhamid Abaaoud viajou para a Síria em 2014 para se juntar ao grupo extremista Estado Islâmico, mas as autoridades sabiam que tinha regressado à Europa pelo menos uma vez.
Lusa