Argentina. Errar é humano, mas os australianos não perdoam

Argentina. Errar é humano, mas os australianos não perdoam


Pumas não conseguiram ultrapassar pesadelo da primeira parte e viram fugir o sonho da final (15-29). Wallabies discutem título com All Blacks.


A Argentina falhou o sonho de atingir a primeira final. O jogo contra a Nova Zelândia na fase de grupos (16-26)e o sinal de superioridade mostrado contra a Irlanda nos quartos-de-final fez acreditar que os Pumas podiam ter uma palavra a dizer contra uma Austrália que surgia como favorita mas tinha tremido muito contra a Escócia no fim-de--semana anterior.

O plano teórico era optimista mas a primeira parte foi um pesadelo para a selecção de Daniel Hourcade. A cada erro cometido, os Wallabies capitalizavam e chegavam ao ensaio. Foi assim aos 78 segundos, quando Rob Simmons interceptou um passe de Nicolás Sánchez para marcar o primeiro ensaio do encontro. Foi assim aos dez minutos, quando um toque para a frente de Santiago Cordero abriu caminho ao primeiro de três ensaios de Adam Ashley-Cooper. E foi assim aos 32 minutos, quando a Austrália somou o terceiro ensaio numa altura em que jogava contra 14 por culpa do amarelo visto por Lavanini, mesmo sendo uma decisão discutível. Como se não bastasse, Juan Imhoff – um dos elementos nucleares da Argentina – teve de ser substituído aos 18’.

As penalidades de Nicolás Sánchez (cinco em cinco) mantiveram a Argentina na discussão da vitória, mas o ensaio de  Ashley-Cooper aos 72 minutos aumentou a diferença para 14 pontos (29-15 final) e impossibilitou qualquer tentativa de reacção, sobretudo frente a uma defesa australiana que, à imagem do que fizera com Gales na fase de grupos, voltou a mostrar um enorme acerto.

A adversária da Austrália na final vai ser a Nova Zelândia. Os All Blacks confirmaram o favoritismo no sábado mas tiveram de sofrer muito para bater a África do Sul por 20-18. Apesar de não terem conseguido um único ensaio, os Springboks marcaram através de seis penalidades e deixaram os adversários sofrer até ao apito final. Com este resultado, os neozelandeses garantiram a presença na quarta final e procuram o segundo título consecutivo e o terceiro do historial, depois de 1987 e 2011.

O jogo foi muito antecipado pelo duelo entre o sul-africano Bryan Habana (igual a Lomu no recorde de ensaios emMundiais – 15) e o neozelandês Julian Savea (igual a Lomu e Habana no recorde de ensaios num único mundial – oito), mas os dois pontas estiveram muito apagados e Habana passou mesmo dez minutos suspenso após ver um cartão amarelo.

A vitória foi uma excelente notícia mas os All Blacks temem não poder contar com o capitão, Richie McCaw, na final do próximo sábado (16h00). Aos 20 minutos do encontro, o flanqueador neozelandês atingiu François Louw na cabeça com o cotovelo. Se a World Rugby considerar que a acção foi deliberada, tudo aponta que o experiente jogador de 34 anos fique suspenso do encontro decisivo, abrindo lugar a Sam Cane.