Savea vs. Habana. O caminho para a história ali tão perto

Savea vs. Habana. O caminho para a história ali tão perto


É uma questão de ensaios. Recordes totais e de uma competição à beira de cair.


Julian Savea é uma locomotiva humana. O ponta neozelandês de 25 anos é uma força da natureza e não perde uma oportunidade para o mostrar no Mundial de râguebi. O hat-trick de ensaios nos quartos-de-final frente à França fez reanimar as conversas sobre o lugar que poderá ocupar na história e a ameaça que representa para os recordes de Jonah Lomu e Bryan Habana.

O número onze não marcou qualquer ensaio contra a Argentina a abrir o grupo C e não defrontou o Tonga na última jornada, mas o registo continua a ser surpreendente:dois ensaios contra a Namíbia, três contra a Geórgia e três contra França. Os oito no total – em apenas quatro jogos – igualaram o recorde de uma fase final que pertencia a Jonah Lomu (1999) e Bryan Habana (2007). Mas há diferenças: o neozelandês precisou de cinco jogos para atingir a marca (ficou em branco no sexto encontro), enquanto o sul-africano só lá chegou ao sexto jogo, não marcando na final contra a Inglaterra.

O recorde está ao alcance de Julian Savea e terá sempre mais duas oportunidades: a meia-final desta tarde (16h00 na Sport TV5) contra a África do Sul e a final ou o jogo de atribuição do terceiro lugar no próximo fim-de-semana. As comparações com Lomu subiram de tom, especialmente depois de ter derrubado três franceses rumo a um ensaio, mas Savea insiste nas diferenças. “Sempre disse que ninguém conseguirá ser como ele, ele é fantástico”, observa o jogador que atingiu os 38 ensaios pelos All Blacks em 39 jogos, superando os 37 de Jonah Lomu em 63. “É incrível ser comparado com ele, e uma honra, mas o meu único objectivo é fazer o meu trabalho da melhor forma possível. Via-o sempre nos jogos em Wellington a passar por cima de gente como se fossem crianças”, comentou.

Mas Jonah Lomu não é a única referência de Savea. “Vi muitas vezes o Habana quando era mais novo e aos meus olhos ele é uma lenda”, afirmou. Hoje os dois estarão frente-a-frente e o sul-africano também terá uma oportunidade para fazer história. Depois de ficar em branco contra Gales, Habana pode deixar finalmente Lomu para trás e atingir os 16 ensaios em fases finais de Mundiais, fixando um novo recorde.

Se o Nova Zelândia-África doSul será um teste aos recordes, o Austrália-Argentina de domingo (16h00 na Sport TV5) ganha outro relevo porque os Pumas vão lutar pela primeira presença numa final. Em 2007 caíram na meia-final com estrondo frente à África do Sul (13-37). Agora há uma nova oportunidade à espreita. Aconteça o que acontecer, a final será sempre inédita.