Bola de Ouro. 23 jogadores, 23 argumentos

Bola de Ouro. 23 jogadores, 23 argumentos


FIFA anunciou “convocatória” de candidatos ao prémio. Messi é o grande favorito mas esperança toda a gente pode ter.


Ronaldo ou Messi, Messi ou Ronaldo, português ou argentino, argentino ou português. A Bola de Ouro vive um período de dupla hegemonia desde 2008, com três prémios para Cristiano Ronaldo (2008, 2013 e 2014) e quatro para Lionel Messi (2009, 2010, 2011 e 2012), mas todos os anos a FIFA faz questão de anunciar uma extensa lista de 23 jogadores candidatos. À partida, toda a gente sabe que a probabilidade de furar o domínio repartido é curto, mas no mundo do futebol não há impossíveis. Os restantes 21 são jogadores com qualidade e, cada um à sua maneira, com maior ou menor criatividade, têm argumentos para justificar um primeiro lugar.

Sergio Agüero (Argentina/Manchester City) – Não ganhou títulos com o Manchester City e na Copa América fez parte da equipa que perdeu na final. Mas já foi genro de Diego Maradona. 

Gareth Bale (P. Gales/Real Madrid) – Citando Mourinho, zero titoli. Mas conseguir qualificar os galeses para uma fase final está ao nível de um alemão ou um brasileiro ganhar uma prova por selecções. Não é para todos, Giggs que o diga.

Karim Benzema (França/Real Madrid) – Joga no Real Madrid.

Kevin de Bruyne (Bélgica/Wolfsburgo/Manchester City) – Custou 74 milhões de euros. Não conta?

Eden Hazard (Bélgica/Chelsea) – Ganhou a Liga Inglesa e a Taça da Liga com o Chelsea. E Mourinho disse em Julho que o belga tinha tido uma época melhor do que a de Ronaldo.

Zlatan Ibrahimovic (Suécia/PSG) – Venceu a Liga Francesa, a Supertaça francesa, a Taça da Liga e a Taça de França. E é visto como o Chuck Norris do futebol. Toda a gente sabe que não se deve irritar o Ranger do Texas.

Andrés Iniesta (Espanha/Barcelona) – O ano na Catalunha foi praticamente perfeito com a conquista do campeonato, da Taça do Rei, da Liga dos Campeões e da Supertaça Europeia. Não esteve ao nível de 2010, quando merecia ganhar e foi ultrapassado por Messi? Verdade. Mas a dívida continua lá e as taxas de juro podem tornar-se incomportáveis com a actual situação da Europa. Mais vale pagá-la já.

Toni Kroos (Alemanha/Real Madrid) – Joga no Real Madrid. É repetido? Pronto, é alemão e ganhou o Mundial. No ano passado.

Robert Lewandowski (Polónia/Bayern) – A última memória é a que fica? Então é difícil fugir aos golos, golos, golos, golos, golos e mais golos do polaco neste arranque de temporada. Foi o melhor marcador da qualificação do Euro, com 13, fez cinco em nove minutos no campeonato alemão e já leva 16 só nesta temporada. E títulos? Não seja por aí, foi campeão nacional com a equipa de Munique.

Javier Mascherano (Argentina/Barcelona) – Época perfeita no Barcelona e Copa América perdida na final. Não é espectacular, mas vai passando nos intervalos da chuva. É uma boa escolha hipster, para quem não gosta de ir com o rebanho.

Thomas Müller (Alemanha/Bayern) – Se tem de haver uma lista, Müller está nela. Mesmo que seja um pouco como Leonardo di Caprio. O Oscar há-de chegar… mas não faz uma carreira.

Manuel Neuer (Alemanha/Bayern) – É visto como o melhor guarda-redes do mundo. E é uma posição tão solitária que é o único nesta lista. O problema é que dificilmente sairá da gala com companhia dourada…

Neymar (Brasil/Barcelona) – Campeonato espanhol, Taça do Rei, Liga dos Campeões e Supertaça Europeia. A influência na Catalunha é cada vez maior e fez vários golos decisivos, sobretudo na campanha europeia. O herdeiro de Pelé está à espera, mas é melhor continuar a correr porque sentado não vai a lado nenhum. A sombra de Messi é difícil.

Paul Pogba (França/Juventus) – Não foi a transferência mais cara do Verão porque… não foi vendido. Foi o rosto principal da Vecchia Signora na campanha até à final da Liga dos Campeões. Mau seria se não estivesse entre os nomeados.

Arjen Robben (Holanda/Bayern) – Joga no Bayern. E vai continuar a perder cabelo de ano para ano. Ninguém gosta de receber um prémio tão importante completamente careca.

Ivan Rakitic (Croácia/Barcelona) – Joga no Barcelona. Ainda tem muito cabelo.

James Rodríguez (Colômbia/Real Madrid) – O "joga no Real Madrid" estava limitado ao stock existente e não havia mais unidades. Mas toda a gente ainda se lembra da campanha que fez no Mundial com a Colômbia. Parece que foi ontem? É que ontem já era 2015.

Alexis Sánchez (Chile/Arsenal) – Ganhou a Taça de Inglaterra com o Arsenal e a Copa América com o Chile. Tem de ouvir as palestras de Arsène Wenger todas as semanas.

Luis Suárez (Uruguai/Barcelona) – Tem fome de bola e de prémios. Forma o melhor tridente ofensivo do ano com Messi e Neymar.

Yaya Touré (Costa do Marfim/Manchester City) – Nas suas características, é um dos melhores do mundo. E daria mau aspecto se fossem só europeus e sul-americanos na lista final. 

Arturo Vidal (Chile/Juventus/Bayern) – Venceu a Copa América e esteve perto de ganhar a Liga dos Campeões com a Juventus. Mas ficou com o campeonato italiano e saiu por 37 milhões de euros para o Bayern. De longe, a melhor época da carreira.

Cristiano Ronaldo (Portugal/Real Madrid) – Em 2013 chorou, em 2014 gritou. Quem não tem curiosidade para saber como termina a trilogia?

Lionel Messi (Argentina/Barcelona) – Conquistou Liga dos Campeões, Liga Espanhola, Taça do Rei e Supertaça Europeia com o Barcelona e na selecção foi à final da Copa América. E é Messi. Só o nome assusta e quem vota gosta de dormir bem à noite.