TAP. Sérgio Monteiro diz que agravamento dos prejuízos revela urgência da venda

TAP. Sérgio Monteiro diz que agravamento dos prejuízos revela urgência da venda


“Nós já tínhamos vindo a alertar sucessivamente para a importância da privatização e da entrada de dinheiro fresco na empresa”.


O secretário de Estado dos Transportes afirmou esta sexta-feira que o agravamento dos prejuízos da TAP no primeiro semestre, para 109,6 milhões de euros, espelha a situação financeira difícil da empresa e a urgência da privatização.

"São resultados que espelham a situação difícil do ponto de vista financeiro que a empresa tinha", afirmou Sérgio Monteiro, comentando os resultados da companhia aérea divulgados na quinta-feira pela agência Lusa, realçando "a importância da privatização e da entrada de dinheiro fresco na empresa". 

Os prejuízos da companhia aérea TAP agravaram-se no primeiro semestre deste ano para 109,6 milhões de euros, que compara com 64,6 milhões de euros no período homólogo, segundo o relatório de gestão a que a Lusa teve acesso. 

Entre Janeiro e Junho, o resultado líquido da TAP SA (o negócio da aviação) cifrou-se em cerca de 109,6 milhões de euros, sendo este resultado pior em 45 milhões de euros (69,6%) face ao ano anterior e em 41,4 milhões de euros (60,6%) face ao orçamentado. 

“Nós já tínhamos vindo a alertar sucessivamente para a importância da privatização e da entrada de dinheiro fresco na empresa, porque ela estava para desafios difíceis, que estão reflectidos neste resultado”, declarou o governante antes de presidir à inauguração do novo Centro de Controlo Operacional do Aeroporto de Lisboa. 

Sérgio Monteiro reafirmou a “esperança” de “rapidamente” concluir a venda de 61% da transportadora aérea nacional para que “o dinheiro entre na empresa, que ela possa investir e dessa forma crescer, e inverter esta tendência de resultados negativos que tinha vindo a demonstrar nos últimos anos”. 

Segundo o relatório de gestão a que a Lusa teve acesso, “o ano de 2015 está a ser influenciado pelo comportamento do mercado e pelo período conturbado do segundo semestre do ano anterior”, lê-se no relatório de Junho a que a Lusa teve acesso, que aponta o dedo ao impacto da greve do Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC), entre 01 e 10 de Maio, que levou ao cancelamento de voos e de reservas. 

Para o agravamento dos prejuízos contribuiu uma quebra nos resultados operacionais, com uma redução das receitas de passagens em 3,6% face ao período homólogo, para 942 milhões de euros, numa altura em que o transporte de carga e de correio cresceu em mais de 9%, para 59 milhões de euros. 

O resultado financeiro agravou-se em 23% para 8.711 milhões de euros, quase o dobro do orçamentado para este período, resultado em grande parte das diferenças de câmbio.

O passivo da TAP aumentou em 12%, ultrapassando em Junho os 2.100 milhões de euros, que compara com 1.879 milhões de euros no final de 2014.

A concretização da venda de 61% do capital da TAP pelo consórcio Atlantic Gateway, de Humberto Pedrosa e David Neeleman, está dependente da aprovação da Autoridade Nacional de Aviação Civil (ANAC), que tem em mãos a análise da titularidade e controlo accionista, isto é, verificar se o controlo efectivo do consórcio cabe a um europeu, isto é, ao empresário Humberto Pedrosa.

A Autoridade da Concorrência (AdC) já emitiu um projecto de decisão de não oposição, considerando que o negócio não cria entraves significativos à concorrência nos mercados relevantes identificados.

Lusa