Um tribunal turco proibiu esta quarta-feira os jornalistas e cidadãos do país de difundir fotografias ou vídeos do atentado suicida que causou 32 mortos em Suruç na segunda-feira, levando ao bloqueio temporário da rede social Twitter.
Um bombista suicida identificado como sendo um turco de 20 anos fez-se explodir na segunda-feira no jardim do centro cultural de Suruç, cidade perto da fronteira com a Síria, causando 32 mortos e uma centena de feridos entre um grupo de jovens militantes de esquerda partidários da causa curda, que se preparavam para atravessar a fronteira para participar na reconstrução da cidade de Kobane.
O tribunal ordenou a remoção de 107 publicações do site relacionadas com o ataque, e quando o Twitter apenas removeu 50, o tribunal ordenou o seu bloqueio, segundo a agência estatal Anadolu citada pelo jornal turco Daily Hurriyet.
O acesso à rede social foi restabelecido após duas horas de bloqueio, quando esta removeu todas as publicações em causa.
Segundo o diário afiliado com a oposição, de 2010 a 2014 foram emitidas mais de 150 ordens de limitação de conteúdo sobre os meios de comunicação turcos, normalmente visando temas como atentados terroristas, casos de corrupção governamental, desastres em minas do país e até casos de viciação de jogos de futebol.
Há mais de um ano que o governo conservador, no poder desde 2002, toma regularmente medidas para restringir as redes sociais e os seus utilizadores, segundo a agência France Presse (AFP).
Em Março deste ano, o Parlamento turco aprovou uma disposição que autoriza o governo a bloquear um 'site' sem decisão judicial.
Na altura, o governo utilizou a permissão parlamentar para bloquear o Twitter, mas o Tribunal Constitucional turco anulou o bloqueio, citando a "violação de direitos civis".
Lusa