BPI. Ulrich diz que OPA do Caixabank “está de pé”

BPI. Ulrich diz que OPA do Caixabank “está de pé”


Santoro acredita que a OPA morreu e continua a defender uma solução alternativa.


O  presidente executivo do BPI, Fernando Ulrich, garantiu que a oferta pública de aquisição (OPA) de que foi alvo pelo Caixabank ainda “está de pé” e “viva”, apesar de chumbada a exigida desblindagem dos estatutos. O banco catalão já informou que “comunicará a sua posição o mais depressa possível”.

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Os accionistas do BPI decidiram ontem em reunião magna, no Porto, chumbar a desblindagem dos direitos de voto a 20% no banco, passo essencial para o sucesso da OPA. A proposta apresentada pelo accionista Santoro Finance exigia a “aprovação de 75% dos votos expressos”, tendo obtido “votos a favor de apenas 52,45%”, pelo que as “alterações não foram aprovadas”.

Fernando Ulrich lembrou ainda que a reunião de ontem não abordou a questão da oferta mas a alteração de estatutos do banco, e admitiu que “tem sido fácil lidar na gestão corrente do banco” com a OPA do Caixabank, pelo que, se a operação “dura mais ou menos tempo, é uma questão dos accionistas” e “não cria qualquer questão adicional nem aos gestores nem aos clientes”.

Já  o presidente do conselho de administração do BPI, Artur Santos Silva, remeteu qualquer informação para o banco catalão, dizendo apenas que “uma das condições que o Caixabank tinha posto não está preenchida e portanto agora é ao Caixabank que cabe definir o que fazer. A OPA tem condições que o oferente pode vir a alterar, mas sobre isso não sei, tem de perguntar ao Caixabank”, afirmou.

Solução alternativa Para a Santoro, da angolana Isabel dos Santos, a OPA “morreu”, e admite que está empenhada em encontrar uma solução alternativa.

Recorde-se que o Caixabank lançou em Fevereiro uma OPA sobre a totalidade do capital do BPI, a 1,329 euros por acção, mas mereceu desde logo a oposição da accionista Santoro, da angolana Isabel dos Santos, que deixou clara a sua oposição à oferta dos catalães e avançou como proposta alternativa uma fusão entre o BPI e o BCP para criação da maior entidade bancária portuguesa. “Nunca escondemos que gostaríamos de ter uma outra solução, uma solução mais inclusiva, que criasse um líder de mercado, que passa pela fusão entre o Millenium BCP e o BPI. Mas é algo que não é o momento para discutirmos hoje, é algo para se ver a seu tempo”, afirmou o presidente do conselho de administração da Santoro Finance, Mário Silva.

O responsável garantiu ainda que a Santoro “continua comprometida a dialogar com todos os accionistas” e “a construir a melhor solução para o futuro do BPI, que preserve a estabilidade financeira da instituição e vá ao encontro de todos os objectivos dos accionistas”. Mário Silva remeteu contudo esta discussão para o “momento adequado”. “Não me vou pronunciar [sobre a OPA)]. Temos de aguardar, há várias opções ainda possíveis, portanto vamos tranquilamente continuar a seguir o processo”, disse.

Na assembleia geral de ontem foram retomados os trabalhados iniciados a 29 de Abril e que haviam sido suspensos.