O ministro da Saúde Paulo Macedo garantiu esta manhã no parlamento que está em curso uma solução para a demora na marcação de colonoscopias em Lisboa. O responsável disse que quando terminar o concurso público que está a decorrer deixará de haver apenas cinco clínicas com acordo com o Estado na região de Lisboa e Vale do Tejo e passarão a ser 16. Macedo considerou "inadmissíveis" as actuais filas de um dia para marcar colonoscopias no centro da cidade mas sublinhou que a situação não chegou a este ponto por causa do actual governo. “A criação de novas convenções esteve congelada nos últimos 20 anos.”
Audição agitada
Paulo Macedo está a ser ouvido no parlamento naquela que é a última audição obrigatória da legislatura. A troca de galhardetes entre os partidos é muita. A coligação acusa a oposição de correr atrás das notícias do dia e a esquerda acusa o governo de estar em negação.
Negócio do plasma
Após alguma insistência, Paulo Macedo deu as primeiras explicações sobre o fraccionamento de plasma em Portugal, produto usado em doenças relacionadas com a coagulação do sangue como a hemofilia. Actualmente apenas um quarto do plasma doado é aproveitado e os restantes produtos derivados de sangue são adquiridos a farmacêuticas, tendo a Octapharma um monopólio.
Macedo mostrou dados que indicam que o monopólio da Octapharma baixou de 70% em 2009 para pouco mais de 40% no final de 2014. E sublinhou que ontem mesmo foi lançado um concurso internacional para compra de derivados de sangue, defendendo que o mesmo esteve a ser preparado durante oito meses e não resultou do facto da TVI ter feito uma reportagem sobre o assunto.
Modo campanha
Caso Macedo não torne a ser chamado ao parlamento, esta poderá ser a última audição de uma legislatura dominada pela austeridade.
Nuno Reis, do PSD, considerou as propostas do PS para a saúde pouco ambiciosas e Paulo Macedo alinhou na mesma ideia, sublinhando que a promessa de inaugurar nos próximos cinco anos 100 Unidades de Saúde Familiar não chega para concluir a reforma dos cuidados primários “que se dizia que o governo no pior período deveria ter concluído.”
Depois de Macedo ter dito que esta legislatura nunca foi visto “em obras ou primeiras pedras”, o PS prometeu ao ministro que será convidado para as inaugurações dos tais centros de saúde, ao que o ministro respondeu “vice-versa.”