Santos da Casa diz que pode fazer milagres

Santos da Casa diz que pode fazer milagres


Investimento de 900 mil euros quer colocar a marca junto dos vários grandes retalhistas.


Para já, há sete qualidades de vinho Santos da Casa à espera de serem compradas nas lojas Pingo Doce. “Somente nas lojas Pingo Doce”, explica Pedro Seixo, um dos fundadores da Santos&Seixo, que está já a preparar-se para entrar nos outros grandes retalhistas a curto prazo. “No entanto, queremos dar um passo bem dado. Estamos financeiramente estáveis, não temos qualquer empréstimo à banca, mas é preciso pensar tudo muito bem”, explicou em conversa ao i. Criou a Santos&Seixo em 2014 com Alzira dos Santos e convidou o enólogo Hélder Cunha, da Casca Wines, para os ajudar com o projecto.

 A ideia era simples: levar vinhos de qualidade, a um preço comportável para o comum dos mortais, até junto do grande público. “Acho que temos um vinho de qualidade a um preço justo”, diz Pedro Seixo, que conta ainda que o desenvolvimento do rótulo demorou praticamente nove meses porque queria que a imagem fosse apelativa, fugindo ao tradicionalismo dos vinhos de quinta. “Os homens compram pelas marcas que conhecem, pela região. Mas as mulheres é que muitas vezes fazem as compras para a casa. E ligam muito aos rótulos. Daí termos tido a preocupação de criar um rótulo chamativo” que se pudesse destacar das outras garrafas presentes nos grandes retalhistas.

Os vinhos“vêm de diferentes regiões” e a Santos da Casa não conta ter terra ou vinhas. “Nós compramos as uvas e o Hélder faz o vinho”, esclareceu. Hélder Cunha explica que não estar vinculado a uma região lhe dá mais liberdade e que este projecto lhe permitiu fazer algo que defende desde que se tornou enólogo: a caracterização regional. “Sempre senti que os vinhos [vendidos na grande distribuição] estão muito virados para o grande consumo e perdem o carácter da região”, afirmou ao i. “A minha questão, de há muitos anos para cá, é tentar que quando as pessoas estão a beber [um vinho do] Douro, sintam o Douro.”

O projecto Santos da Casa tem vinhos de três regiões – Verde, Douro e Alentejo – e três segmentos diferentes: colheita, reserva e grande reserva. Os preços variam entre os 5,50 e os 20 euros por garrafa, um valor que ambos os responsáveis consideram justo. O preço só é competitivo porque a marca opta precisamente por não ter produção própria. A ideia “é poder comprar a melhor uva das melhores regiões”.

 Os vinhos estão à venda desde Fevereiro, mas só na semana passada a marca foi apresentada oficialmente. “Queremos perceber o que as pessoas sentem em relação aos vinhos”, diz Pedro Seixo. O investimento, que no final do ano deverá perfazer um total de 900 mil euros, permitiu conceber os rótulos das sete garrafas, colocá-las à venda e estar presente em diversas feiras e eventos onde o vinho é o rei. “Acredito que em 2016 já poderemos ter lucros”, referiu ainda Pedro Seixo. O Santos da Casa já está à venda no Luxemburgo, mas ainda faltam vários mercados que Seixo considera estratégicos: Canadá, França, América do Sul, Angola, Bélgica e China.