Consegue até parecer-me familiar. Por alguma razão associo-o à escola e aos jogos inventados ou herdados de antigos alunos, autênticas lendas desse espaço de tempo dedicado à arte de espairecer que era o recreio.
É claro que espairecer passava para segundo plano quando o principal objectivo era sobreviver, mas isso são outras histórias.
O que torna especial este desporto, inventado na antiga Índia, é o facto de, por qualquer razão que agora me escapa, haver um jogador que não pode respirar.
Felizmente para ele, há do outro lado pelo menos sete adversários preocupados com a sua saúde, cujo único objectivo é fazê-lo ver a importância dessa acção fisiológica, e fazem-no nem que para isso seja necessário caírem-lhe todos em cima e por lá ficarem até que o inconsciente ganhe juízo ou perca mesmo a consciência.
Os antigos e sábios indianos sabiam perfeitamente que tudo tem um lado positivo; no caso da perda de consciência esse lado é, como é óbvio neste jogo, a impossibilidade de se continuar a fazer parvoíces. Tamanha preocupação com o oponente é o cúmulo do fair-play. A recompensa é a atribuição de um ponto à equipa que consegue fazer o adversário voltar a respirar em condições.
Este desporto teria sem dúvida lugar nuns olímpicos de que a “manobra de Heimlich”, nas suas versões estilos e contra-relógio, também fizesse parte. Não sei se existe (se não existir tenho de o inventar).
Infografista do i e enviado especial à quinta dimensão do desporto