O secretário de Estado dos Transportes disse ontem que concorda com a criação da tarifa única para as viagens de táxi a partir da zona de chegadas do aeroporto de Lisboa. Sérgio Monteiro considera que a medida poderá contribuir para “evitar algumas situações que potencialmente acontecem e que os turistas vão reportando nas chegadas e partidas do aeroporto”.
O secretário de Estado reagiu assim à proposta da Associação Nacional de Transportadores Rodoviários em Automóveis Ligeiros (ANTRAL), que prevê uma tarifa única para os serviços de táxi que tenham início na zona de chegadas do aeroporto da Portela.
A ANTRAL garante que a medida – que precisa de luz verde da Câmara de Lisboa, da ANA – Aeroportos e do Instituto de Mobilidade e dos Transportes (IMTT)– está praticamente fechada. Porém, a autarquia esclareceu ontem que, afinal, não é bem assim.
“Não há nenhum acordo concluído, em particular no que respeita a qualquer tarifa a aplicar, que aliás não compete à Câmara Municipal de Lisboa fixar”, esclareceu o gabinete de comunicação do presidente Fernando Medina ao “Negócios online”. A autarquia admite, no entanto, que “o diálogo prosseguirá”.
O líder da ANTRAL, Florêncio Almeida, esteve incontactável durante a tarde de ontem, mas garantiu, na sexta-feira, que o documento está praticamente fechado e que brevemente será feita a assinatura do protocolo entre as várias parte envolvidas.
Já a ANA- Aeroportos tem-se recusado a comentar o assunto, remetendo quaisquer comentários à proposta para depois da assinatura do acordo.
20 euros por 14,8 kms A proposta, conhecida no início do mês, prevê uma tarifa única de 20 euros para todas viagens de táxi que comecem na zona de chegadas do aeroporto e durem menos de 14, 8 quilómetros – à semelhança do que acontece noutras cidades da Europa. A partir do 15º quilómetro, aplica-se a tarifa normal, de 47 cêntimos por cada quilómetro percorrido.
A proposta tem estado a ser negociada com a ANA, o IMTT e a Câmara de Lisboa, sendo que a empresa gestora do aeroporto ganhará um euro por cada serviço de táxi efectuado. Esse valor será canalizado para a taxa turística que a empresa acordou pagar à autarquia.
Segundo a ANTRAL, o acordo estabelece, além da tarifa mínima, a criação de “melhores condições para os taxistas” no aeroporto, além da construção de cancelas. Isto porque, segundo adiantou o “Diário de Notícias”, só os taxistas devidamente certificados poderão aceder aos terminais de chegadas e partidas do aeroporto.
Estão previstas, aliás, novas regras: os taxistas terão de andar fardados e os táxis serão obrigados a ter ar condicionado. Há ainda algumas questões ainda por responder, como se por exemplo o valor dos 20 euros inclui, ou não, a taxa do transporte de bagagens. MBS com Lusa