Ontem fez um ano que o Programa de Assistência Económica e Financeira terminou. A 17 de Maio de 2014, Portugal estava, oficialmente, livre da supervisão estrangeira, recuperando autonomia na definição das suas políticas económicas e financeiras. O estado do país é hoje diametralmente oposto àquele com que nos vimos confrontados em 2011. Das perspectivas de bancarrota à aceitação, e execução, de um programa duríssimo (muito diferente e bem mais penoso do que os praticados na década de 80 do século passado), Portugal apresenta hoje resultados que nos permitem encarar o futuro com esperança.
Para muitos, curiosamente os mesmos que têm responsabilidade nas três intervenções externas Portugal, vivemos três anos em espiral recessiva cuja única solução seria um novo resgate, uma nova intervenção e mais sacrifícios para os portugueses. Amedrontaram-nos, criaram-nos dúvidas e receios. Aproveitaram-se de nós mais uma vez.
Os mesmos de então são os mesmos que agora nos prometem mundos e fundos. Vão devolver os salários, baixar a carga fiscal e criar mais emprego. Falam de futuro e de compromisso como se tivessem renascido sem ligações a um dos momentos mais sombrios da nossa história. Dizem que a troika só sairá quando sair o governo. O governo que optou pelo caminho mais difícil, ao contrário deles, que só quiseram festa e facilidades.
A espiral recessiva não aconteceu. Ultrapassámos uma boa parte das dificuldades. Com sacrifício. Com esperança no futuro dos nossos filhos. Sem festa e sem facilidades. Mas com esperança. Estúpido!
Deputado
Escreve à segunda-feira