Em 2014, a Alemanha ganhou o Mundial do Brasil. Foi mais uma oportunidade para recordar a célebre tirada de Gary Lineker: “O futebol são 11 contra 11 e no fim ganha a Alemanha.” Só não sabíamos que a frase do antigo avançado inglês também era válida no futebol feminino.
Em Berlim, Frankfurt e PSG discutiam o título de campeão europeu. O jogo aproximava-se do fim com 1-1 no marcador e já todos esperavam o prolongamento. Ou melhor, quase todos. Islacker, que tinha saído do banco, resolveu a final com uma trivela de pé esquerdo nos descontos. As francesas caíam com honra mas da forma mais dura. As alemãs davam razão a Lineker.
A experiência acabou por ser determinante. Afinal, esta era a sexta final do Frankfurt, um recorde na Liga dos Campeões feminina. As francesas do PSG nunca tinham passado dos oitavos-de-final, embora tivessem na equipa ex-campeãs como Henning, Krahn, Bresonik e Alushi. Na caminhada tinham derrubado o Wolfsburgo e o Lyon (vencedores das últimas quatro edições), deixando antever que seriam um osso duro de roer para a formação alemã, que tinha três títulos no palmarés.
Até ao 1-0, o Frankfurt dominou o encontro. Quando a goleadora Sasic cabeceou sem hipótese para a guarda-redes do PSG, já se adivinhava que a vantagem não demoraria muito a chegar. Foi o toque de despertar para a equipa francesa. O PSG reagiu da melhor forma e oito minutos depois chegou ao empate. Delie, na sequência de um canto, imitou Sasic e marcou de cabeça. Apesar da superioridade demonstrada pelo Frankfurt na maior parte do tempo, o jogo chegava igualado ao intervalo.
Os primeiros 15 minutos da segunda parte voltaram a ser muito complicados para oPSG. OFrankfurt não se deixou abater pelo golo sofrido e ia criando oportunidades atrás de oportunidades. Kiedrzynek brilhava e assegurava-se que o marcador continuava com 1-1.
Otempo escoava e o prolongamento parecia o destino mais provável. Aos 87 minutos, Islacker ficou a centímetros do golo, com um remate a rasar a barra. Endiabrada, a avançada alemã de 26 anos não desistiu. Marcou um golaço já depois dos 90’ – o seu quinto nesta edição –, que significou a quarta Liga dos Campeões para o Frankfurt. O remate colocado de trivela era o culminar do desejo dos adeptos alemães. OPSG ainda teve uma ocasião para o empate, mas o apito final não demorou a chegar. Com a final masculina (Barcelona vs. Juventus) a ser jogada no dia 6 de Junho, na mesma cidade, as senhoras deram um bom mote.