Não sou daqueles para quem o desporto se resume ao futebol, tenho mesmo muitas saudades da segunda parte do programa Domingo Desportivo do canal 1, no tempo em que se via andebol, basquetebol, atletismo, automobilismo e outras modalidades na televisão – além disso, vejo curling, sempre que o apanho na Eurosport.
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Mas se há uma coisa de que esta modalidade precisa é de um par de balizas. Ver um movimento acrobático típico do Sepak Takraw e saber que o objectivo do atleta é fazer a bola bater no chão entristece-me.
É que, tal como no voleibol, a sustentação da bola no ar dá um espectáculo bem bonito e, naturalmente, isso é aquilo que o espectador casual destas modalidades mais deseja ver, ou seja: a falta de pontuação é espectacular.
Ora, se o objectivo dos jogadores é exactamente o contrário, se para eles o clímax é atingido quando pontuam, então deveriam fazê-lo de forma gloriosa, para dentro de umas redes defendidas por um Michel Preud’Homme ou um Peter Schmeichel lá do sítio.
No Sepak Takraw, pelo contrário, a equipa que mete a bola na rede é penalizada porque vê a equipa contrária ganhar um ponto. Ainda sou do tempo em que deixar cair uma coisa para o chão dava direito a apanhar uma estalada, e repare que, quando se deixa cair alguma coisa, a culpa de ela cair nem é na sua maioria do mãos de manteiga que a largou. A gravidade, se não faz o trabalho todo, faz grande parte.
Por isso, parece-me uma injustiça ver uns marmanjões chutar ostensivamente uma bola para o chão, por muito espectacular que seja a forma como o fazem, e não receberem castigo apropriado. Não me entendam mal, nem uma baliza pode salvar toda uma modalidade (veja-se o futebol de praia, cuja única salvação seria um tsunami), nem este desporto me repugna.