Portugal 2016 – Crónica de um país em que as vacas espantaram o diabo


O mafarrico vai tentar voltar, mas encontrará um povo que voltou a acreditar que consegue ultrapassar os obstáculos e vencer


O ano que agora termina foi extraordinário para Portugal. Mais extraordinário ainda porque se foi definindo no quadro de uma dialética entre duas alegorias políticas poderosas, ou seja, entre o diabo e o desafio das vacas voadoras. O desafio ganhou o combate no imaginário coletivo e isso fez toda a diferença.

Ao anunciar a chegada do diabo no outono, Pedro Passos Coelho propôs aos portugueses o regresso à receita da austeridade, do medo, da desistência, do acabrunhamento e da falta de ambição que prevaleceu durante o seu mandato governativo entre 2011 e 2015. 

Motivados pela proposta de António Costa, para coletivamente serem capazes de desafiar os limites, os portugueses preferiram continuar a fazer as vacas voarem e os resultados conseguidos demonstram que a aposta foi acertada. 

Num ano, não se muda estruturalmente um país, nem se resolvem os bloqueios de uma sociedade ou se ultrapassam as dificuldades de um povo. Mas num ano pode-se mudar a trajetória e recuperar a confiança no futuro. Foi o que aconteceu.

Em resultado das escolhas, da competência e da cooperação dos vários agentes políticos, económicos e sociais, Portugal viveu um ano positivo, marcado por eventos simbólicos que puxaram pelo orgulho nacional, como a vitória no Campeonato Europeu de Futebol em França ou a escolha de António Guterres para Secretário-Geral das Nações Unidas, bem exemplificam.

Estes e outros reconhecimentos causadores de comoção e orgulho, foram superiormente aproveitados pelo Presidente da República e pelo Primeiro-ministro, que se empenharam numa cooperação ativa para despertar uma nova atitude de confiança, concertação e entendimento.

No desafio das vacas voadoras, conseguiu-se o que há quarenta e dois anos não se conseguia. Atingiu-se uma execução orçamental com um deficit claramente abaixo dos 3% que vai permitir ao País sair do procedimento por deficit excessivo. Dois orçamentos (2016 e 2017) foram aprovados e promulgados sem que nenhum deles fosse retificativo.  A concertação estratégica no plano institucional, interpartidário, social e económico tornou-se uma prioridade e uma prática comum, permitindo fechar o ano com a chave de ouro de um acordo abrangente para a subida do salário mínimo.

Ao contrário da residência do diabo que se advinha um lugar feio, esconso e triste, o desafio aos limites é um espaço de festa. O País ficou menos crispado e voltou a sorrir. Tornou-se um dos mais atrativos destinos turísticos, deu cartas no empreendedorismo e na inovação, avançou na concertação social e na qualidade da aprendizagem, mobilizou investimento sobretudo das empresas já instaladas e que reconheceram a melhoria das condições de contexto, começou a inverter os fluxos migratórios reduzindo a fuga forçada de quadros qualificados e começando a atrair gentes de outras paragens motivadas para nele se realizarem.

Em 2016 as vacas espantaram o diabo. O mafarrico vai tentar voltar, mas encontrará um povo que voltou a acreditar que consegue ultrapassar os obstáculos e vencer. Dificilmente terá futuro nos próximos anos, neste “prado” à beira-mar plantado.

 

Eurodeputado


Portugal 2016 – Crónica de um país em que as vacas espantaram o diabo


O mafarrico vai tentar voltar, mas encontrará um povo que voltou a acreditar que consegue ultrapassar os obstáculos e vencer


O ano que agora termina foi extraordinário para Portugal. Mais extraordinário ainda porque se foi definindo no quadro de uma dialética entre duas alegorias políticas poderosas, ou seja, entre o diabo e o desafio das vacas voadoras. O desafio ganhou o combate no imaginário coletivo e isso fez toda a diferença.

Ao anunciar a chegada do diabo no outono, Pedro Passos Coelho propôs aos portugueses o regresso à receita da austeridade, do medo, da desistência, do acabrunhamento e da falta de ambição que prevaleceu durante o seu mandato governativo entre 2011 e 2015. 

Motivados pela proposta de António Costa, para coletivamente serem capazes de desafiar os limites, os portugueses preferiram continuar a fazer as vacas voarem e os resultados conseguidos demonstram que a aposta foi acertada. 

Num ano, não se muda estruturalmente um país, nem se resolvem os bloqueios de uma sociedade ou se ultrapassam as dificuldades de um povo. Mas num ano pode-se mudar a trajetória e recuperar a confiança no futuro. Foi o que aconteceu.

Em resultado das escolhas, da competência e da cooperação dos vários agentes políticos, económicos e sociais, Portugal viveu um ano positivo, marcado por eventos simbólicos que puxaram pelo orgulho nacional, como a vitória no Campeonato Europeu de Futebol em França ou a escolha de António Guterres para Secretário-Geral das Nações Unidas, bem exemplificam.

Estes e outros reconhecimentos causadores de comoção e orgulho, foram superiormente aproveitados pelo Presidente da República e pelo Primeiro-ministro, que se empenharam numa cooperação ativa para despertar uma nova atitude de confiança, concertação e entendimento.

No desafio das vacas voadoras, conseguiu-se o que há quarenta e dois anos não se conseguia. Atingiu-se uma execução orçamental com um deficit claramente abaixo dos 3% que vai permitir ao País sair do procedimento por deficit excessivo. Dois orçamentos (2016 e 2017) foram aprovados e promulgados sem que nenhum deles fosse retificativo.  A concertação estratégica no plano institucional, interpartidário, social e económico tornou-se uma prioridade e uma prática comum, permitindo fechar o ano com a chave de ouro de um acordo abrangente para a subida do salário mínimo.

Ao contrário da residência do diabo que se advinha um lugar feio, esconso e triste, o desafio aos limites é um espaço de festa. O País ficou menos crispado e voltou a sorrir. Tornou-se um dos mais atrativos destinos turísticos, deu cartas no empreendedorismo e na inovação, avançou na concertação social e na qualidade da aprendizagem, mobilizou investimento sobretudo das empresas já instaladas e que reconheceram a melhoria das condições de contexto, começou a inverter os fluxos migratórios reduzindo a fuga forçada de quadros qualificados e começando a atrair gentes de outras paragens motivadas para nele se realizarem.

Em 2016 as vacas espantaram o diabo. O mafarrico vai tentar voltar, mas encontrará um povo que voltou a acreditar que consegue ultrapassar os obstáculos e vencer. Dificilmente terá futuro nos próximos anos, neste “prado” à beira-mar plantado.

 

Eurodeputado