Ensino Superior. 200 cursos com dez ou menos alunos colocados

Ensino Superior. 200 cursos com dez ou menos alunos colocados


Engenharias e Gestão são os cursos menos procurados.


Há 197 cursos de licenciatura e mestrado integrado que ficaram com 10 ou menos alunos colocados na 1.a fase de acesso ao ensino superior. Destes, em 45 não foi colocado nenhum aluno. 

A esmagadora maioria (151) destes cursos com pouca procura está nos politécnicos.

Entre as áreas mais afetadas encontram-se as engenharias, com 61 cursos, de onde se destaca a civil, com 14 licenciaturas com poucos alunos colocados, ou a área da gestão, com 19 cursos com dez ou menos alunos. 

O anterior governo deu orientação às instituições para encerrarem os cursos que, no final de todas as fases do concurso nacional de acesso ao superior, fiquem com dez ou menos alunos colocados. A regra mantém-se em vigor. 

Em alguns casos, diz ao i o presidente do Conselho de Reitores (CRUP), António Cunha, “as situações têm vindo a ser corrigidas”. No entanto, frisa o também reitor da Universidade do Minho, “é preciso analisar as situações caso a caso”, até porque “há apostas que vale a pena manter”. É o caso das engenharias, por exemplo. O reitor lembra que “os estudantes devem lembrar-se de que só vão entrar no mercado de trabalho dentro de três anos”, que, entretanto, “as conjunturas e os níveis de desemprego podem mudar” e, de futuro, pode vir a ser necessário um maior número de engenheiros. 

Apesar deste número de cursos sem procura, tanto os reitores como os presidentes dos politécnicos estão satisfeitos com os resultados da 1.a fase de acesso ao superior. Este ano foram colocados 42 958 alunos, o que representa um aumento de 2% face ao ano passado. As instituições estimam que podem vir a receber 78 250 estudantes. 

Entre os alunos colocados, 15 922 foram para os politécnicos e os restantes, cerca de 27 mil, para as universidades.
Estes resultados, diz o primeiro–ministro, foram a “morte do modelo de desenvolvimento que a direita quis impor”, sendo também um sinal “de confiança no futuro e de que vale a pena aprender”.