Não se podia sancionar o Goldman Sachs, por ex.?


“É fácil perceber que António Costa mostre a sua desilusão com esta Europa, como o fez na reunião da semana passada do seu grupo parlamentar”


Marcelo Rebelo de Sousa, que não é de esquerda, já deu a entender publicamente a que se destinam as proclamadas sanções de Bruxelas: a “castigar” os milionésimos do desvio do governo de Passos Coelho ou a “castigar” o governo PS apoiado pelo PCP e Bloco de Esquerda, relativamente ao qual ainda não se sabem os resultados. É provável que a segunda hipótese seja a que faz parte da lógica das instituições europeias: “punir” a existência de democracia – ou seja, “castigar” todo e qualquer governo que resulte de uma eleição em que não ganhou o “partido único europeu”: aquele que é formado pelo Partido Popular Europeu e pelos Socialistas e Sociais-Democratas Europeus (onde se integra o PS), que construíram estes regulamentos absurdos para aplicar só quando dá jeito à ideologia dominante. 

É fácil perceber que António Costa mostre a sua desilusão com esta Europa, como o fez na reunião da semana passada do seu grupo parlamentar. Como disse o Presidente da República, não há “a mínima lógica nas sanções”. “Se não faz sentido em relação ao passado e não faz sentido em relação ao presente, então qual é o sentido das sanções?”, interrogou--se, ontem, Marcelo.

Do ponto de vista da ética e da clareza de princípios, não é nenhum. Mas a Europa não é governada nem pela ética nem pela clareza de princípios. Muito mais que Martin Schulz, o presidente do Parlamento Europeu, que de vez em quando diz qualquer coisinha de esquerda, quem na realidade manda é o Goldman Sachs – a instituição que agora vai acolher Durão Barroso na administração e que foi uma das grandes responsáveis pela falência do Lehman Brothers, episódio que deu origem à crise financeira que depois se estendeu à Europa. 

O Goldman Sachs não foi responsabilizado pelo caos em que temos vivido desde 2008. Os maiores banqueiros ganham hoje mais do que ganhavam antes da crise, depois de todas as proclamações que se anunciaram sobre a regulação da banca. Alguém se lembra de sancionar o Goldman Sachs?


Não se podia sancionar o Goldman Sachs, por ex.?


"É fácil perceber que António Costa mostre a sua desilusão com esta Europa, como o fez na reunião da semana passada do seu grupo parlamentar"


Marcelo Rebelo de Sousa, que não é de esquerda, já deu a entender publicamente a que se destinam as proclamadas sanções de Bruxelas: a “castigar” os milionésimos do desvio do governo de Passos Coelho ou a “castigar” o governo PS apoiado pelo PCP e Bloco de Esquerda, relativamente ao qual ainda não se sabem os resultados. É provável que a segunda hipótese seja a que faz parte da lógica das instituições europeias: “punir” a existência de democracia – ou seja, “castigar” todo e qualquer governo que resulte de uma eleição em que não ganhou o “partido único europeu”: aquele que é formado pelo Partido Popular Europeu e pelos Socialistas e Sociais-Democratas Europeus (onde se integra o PS), que construíram estes regulamentos absurdos para aplicar só quando dá jeito à ideologia dominante. 

É fácil perceber que António Costa mostre a sua desilusão com esta Europa, como o fez na reunião da semana passada do seu grupo parlamentar. Como disse o Presidente da República, não há “a mínima lógica nas sanções”. “Se não faz sentido em relação ao passado e não faz sentido em relação ao presente, então qual é o sentido das sanções?”, interrogou--se, ontem, Marcelo.

Do ponto de vista da ética e da clareza de princípios, não é nenhum. Mas a Europa não é governada nem pela ética nem pela clareza de princípios. Muito mais que Martin Schulz, o presidente do Parlamento Europeu, que de vez em quando diz qualquer coisinha de esquerda, quem na realidade manda é o Goldman Sachs – a instituição que agora vai acolher Durão Barroso na administração e que foi uma das grandes responsáveis pela falência do Lehman Brothers, episódio que deu origem à crise financeira que depois se estendeu à Europa. 

O Goldman Sachs não foi responsabilizado pelo caos em que temos vivido desde 2008. Os maiores banqueiros ganham hoje mais do que ganhavam antes da crise, depois de todas as proclamações que se anunciaram sobre a regulação da banca. Alguém se lembra de sancionar o Goldman Sachs?