Zelensky. A capacidade de pôr (quase) todos a dizer ‘Slava Ukraini’

Zelensky. A capacidade de pôr (quase) todos a dizer ‘Slava Ukraini’


Desde o início da invasão russa, Zelensky tem recebido vários chefes e representantes de Estado em Kiev, mas também feito notar a sua presença via videoconferência. O i traz-lhe o resumo das visitas deste ano de guerra.


“Tomei a decisão de lançar uma operação militar especial. Vamos esforçar-nos para alcançar a desmilitarização e a desnazificação da Ucrânia”, disse Vladimir Putin, na televisão russa, a 24 de fevereiro de 2022. E, até agora, não parou. Volvidos 365 dias, à medida que o aniversário do primeiro ano da invasão russa da Ucrânia se ia aproximando, as visitas de líderes mundiais a Kiev aumentaram progressivamente. O Presidente dos EUA, Joe Biden, na segunda-feira, a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, na terça-feira, e o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sanchez, na quinta-feira, foram os últimos dignitários estrangeiros a reunirem-se com o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, na semana passada.

Quando visitamos o site oficial do gabinete do Presidente da Ucrânia, percebemos que Zelensky esteve quase sempre a receber chefes de Estado ou de Governo estrangeiros, bem como líderes da ONU e da UE no palácio presidencial de Kiev ou – em menos casos – em Lviv ou Odessa. Até 23 de fevereiro, Zelensky havia recebido nove visitas de líderes mundiais em 2023, também entre holandeses, dinamarqueses e suecos. Entre setembro e novembro de 2022, Zelensky recebeu três dessas visitas por mês (e nenhuma em dezembro), enquanto, entre abril e agosto, a Ucrânia ainda teve oito visitantes por mês. A primeira visita de líderes estrangeiros a Kiev ocorreu a 16 de março de 2022 – três semanas após a invasão – pelos primeiros-ministros da Polônia, República Checa e Eslovénia: Mateusz Morawiecki, Petr Fiala e Janez Janša.

Até hoje, o Presidente ucraniano recebeu pelo menos uma visita de quase todos os grandes países europeus, exceto da Sérvia, Bósnia e Herzegovina e Bielorrússia. Alguns países, por exemplo, Grécia, Hungria, Estónia e Moldávia, decidiram enviar o seu chefe de Estado representante em vez do seu líder de Governo. Apesar disso, a Estónia é um dos maiores aliados da Ucrânia e fez um total de quatro visitas de delegações de alto escalão à Ucrânia – tantas quanto a Alemanha, a França e a Holanda.

Contando todas as visitas de líderes de países, chefes de Estado representativos e ministros, a Polónia fez o maior número de visitas, 10. O país onde o primeiro-ministro e o Presidente Mateusz Morawiecki e Andrzej Duda compartilham o poder recebeu visitas de ambos em Kiev, bem como Lviv, na fronteira. Mais visitas foram feitas pelos ministros das Relações Exteriores e da Defesa do país. O maior número de visitas, de seguida, foi feito por autoridades do Reino Unido – seis, incluindo três de Boris Johnson, já a 9 de abril, e uma do atual primeiro-ministro, Rishi Sunak, a 19 de novembro. As visitas mais longas, em termos de viagem entre os pontos de partida e o de chegada, foram realizadas pelos líderes da Indonésia, Austrália, Guatemala, Canadá e Guiné-Bissau. Como o espaço aéreo sobre a Ucrânia permanece fechado, todos os visitantes chegam a Kiev de comboio.

Zelensky recebeu ainda mais visitas de outras delegações estrangeiras – políticas, económicas ou humanitárias. Enquanto os deputados e a equipa do Presidente realizam algumas reuniões, parlamentares americanos como Nancy Pelosi, Lindsey Graham, Mitch McConnell, Eric Swalwell e Amy Klobuchar reuniram-se com Zelensky no ano passado, assim como Sean Penn, Ben Stiller, Richard Branson e Alex Karp.

O Presidente ucraniano é conhecido por ter permanecido quase sempre no país desde o início da invasão, mas participou via videoconferência em inúmeras sessões de Parlamentos e organizações internacionais, conferências, apresentações para académicos e estudantes ou mesmo festivais de cinema. “O vosso povo vai daqui a nada celebrar o aniversário da revolução dos cravos e sabe perfeitamente o que estamos a sentir. Ajudem-nos com tudo o que puderem”, pediu perante o Parlamento nacional a 21 de abril de 2022.

O Presidente ucraniano viajou para o exterior no ano passado por três vezes – duas após o começo da invasão; compareceu no Congresso dos Estados Unidos a 21 de dezembro e reuniu-se com o Presidente polaco no dia seguinte – e foi ao Reino Unido, à França, à Bélgica e à Polónia em fevereiro deste ano.