Por dia a pneumonia mata 15 pessoas em Portugal, mas os portugueses ainda desvalorizam o risco. Um estudo de perceção sobre esta infeção pulmonar conclui que, apesar de ser a principal causa de morte por doença respiratória no país, quase metade dos portugueses inquiridos (44%) não sabe que pode ser prevenida. Só três em cada dez dos portugueses mais vulneráveis – maiores de 65 anos com fatores de risco como ser fumador, ter diabetes ou asma – têm noção de que fazem parte do grupo de que devia ter maiores cuidados. E são uma minoria aqueles que fazem a vacina.
9 mil europeus As conclusões foram obtidas num inquérito junto de 9000 europeus com mais de 50 anos. O estudo PneuVue foi promovido pela Pfizer, farmacêutica que comercializa uma das três vacinas para a pneumonia disponíveis em Portugal contra diferentes formas da bactéria streptococcus pneumoniae. As pneumonias causadas por infeções bacterianas são as mais frequentes. Em 2014, último ano com dados disponíveis, estiveram por detrás de 42 mil internamentos em Portugal quando as pneumonias virais, que podem ser causadas por exemplo pelo vírus da gripe e prevenidas também com vacina, motivaram apenas 433 hospitalizações.
40% sabem da vacina Em Portugal, 40% dos inquiridos sabem que existe vacina mas só três em cada dez pessoas informadas é que chegam a fazê-la. Metade dos portugueses que nunca fizeram a vacina justificam que o médico nunca o recomendou. Esse motivo é muito mais evidente do que por exemplo os custos, embora as vacinas não tenham comparticipação a 100% para os idosos.
O estudo conclui que apesar de os portugueses terem noção de que a pneumonia é uma doença grave, na prática não veem o risco como sendo algo que os afete diretamente.
Velhos sem informação Os mais velhos são os têm mais falta de informação. Entre os mil portugueses inquiridos, só 60% sabem que algumas formas de pneumonia podem ser contagiosas, daí ser necessário cuidado ao respirar e com a lavagem das mãos tal como na prevenção da gripe.
O inquérito perguntava que causa, entre acidentes rodoviários, doença cardíaca e gripe, resulta no maior número de mortes de adultos no país de origem. Em Portugal, 62% selecionaram corretamente a doença cardíaca como a principal causa mas a segunda resposta mais frequente foram os acidentes na estrada, quando a pneumonia mata todos os anos sete vezes mais pessoas. Em 2014, último ano com dados disponíveis, a infeção pulmonar causou 5 624 mortes.
