Open da Austrália. A escaldar, quente, morno, frio, gelado… eis Serena Williams


Portugal acorda em sobressalto com raios e trovões mais granizo. No outro lado do mundo, o oposto: ondas de calor insuportável. Bem-vindos ao Open da Austrália, a única competição desportiva da actualidade com recordes diários de temperatura. Lá o termómetro está entalado entre os 40 e os 45 graus e não mexe mais. De quando…


Portugal acorda em sobressalto com raios e trovões mais granizo. No outro lado do mundo, o oposto: ondas de calor insuportável. Bem-vindos ao Open da Austrália, a única competição desportiva da actualidade com recordes diários de temperatura. Lá o termómetro está entalado entre os 40 e os 45 graus e não mexe mais. De quando em vez, lá vem uma valente chuva tropical e depois tudo regressa à normalidade, que, no fundo, é uma anormalidade.

Porque ninguém aguenta estar tanto tempo debaixo daquele sol, nem mesmo o mais devoto fã deste ou daquele tenista. Aliás, pobre daquele que gosta dos jogos de Gilles Simon, porque o francês é o jogador com mais tempo de court nesta edição do Open, num total de oito horas e 29 minutos. Cabeça-de-série número 18, Simon soma dez sets, três deles com tie-break, o último dos quais com direito a 30 jogos vs. Daniel Brands (59.o, Alemanha).

De todos os apurados para a terceira ronda, o menos desgastado é o espanhol Rafael Nadal, com 2h34m. Beneficia da desistência do australiano Bernard Tomic e ganha facilmente ao teenager Thanasi Kokkinakis (17 anos, 570.o ranking, outro australiano). “Aqui preparo-me mais que nos outros torneios porque o calor assim o exige. Bebo muito, muito, muito, para estar ao meu nível nestas condições. Nos courts com tecto amovível sinto-me mais confortável, sem dúvida, mas ainda assim é muito húmido.”

Pois bem, no quadro feminino há uma senhora capaz de derreter o gelo só com o olhar ou arrefecer o calor com uma pancada. Apresentamos-lhe Serena Williams, a incontestável número um. Mais que favorita à conquista do torneio, a sua filosofia é bastante simples: “Com este calor, o segredo é atirar forte para o outro lado da rede e resolver cada ponto o mais depressa possível.” Os resultados falam por si: 6-2, 6-1 vs. Barty, 6-1, 6-1 vs. Dolonc, 6-3, 6-3 vs. Hantuchova. “Tomei uma decisão antes do torneio: só abrir a boca daqui a duas semanas para evitar distracções com críticas às condições proporcionadas pela organização aos tenistas.”

Com 17 Grand Slam na carreira (quatro deles na Austrália, em 2003, 2005, 2007, 2009 e 2010), Serena quer chegar ao 18.o no outro sábado e assim igualar o registo de Martina Navratilova e Chris Evert. Por agora, Serena desfruta do seu ténis e das suas vitórias, esta última (61.a) a permitir-lhe ser a rainha do Open da Austrália, ultrapassando Margareth Court. “Números são isso mesmo, números. Claro que é divertido atingir estas marcas porque entram e ficam nos livros dos recordes. É um orgulho pertencer a uma elite, é um orgulho que alguém leia o meu nome e me veja como modelo, mas ainda não me sinto ao nível de Martina ou da Chris.” Ana Ivanovic, a próxima adversária, que se cuide.

 

A partir das 23h, Open no Eurosport