Medo alastrou aos contratos dos jogadores estrangeiros

Medo alastrou aos contratos dos jogadores estrangeiros


Futebolistas estão preocupados com o futuro e pedem aditamentos.


Não é apenas o futuro das provas desportivas na Grécia que está em suspenso por culpa da crise económica. Os futebolistas estrangeiros a actuar no país helénico estão a acompanhar a situação com apreensão e começaram a solicitar aditamentos aos contratos.

O resultado do referendo está em aberto e os empresários dos desportistas já entraram em contacto com as direcções dos principais clubes para garantir que, em caso de saída, a situação financeira dos representados não sofre alterações. Dessa forma tentam evitar que o valor real contratualizado sofra um decréscimo abrupto.

A saída do campeonato grego não está em equação, apenas a garantia de que, aconteça o que acontecer, o valor acordado em euros continua a ser pago dessa forma, sem dar lugar a uma desvalorização óbvia da verba fixada previamente. De acordo com o “Goal News”, que avançou a notícia, “é óbvio que os jogadores estrangeiros de equipas como Olympiacos, Panathinaikos, AEK, PAOK e outras equipas do campeonato grego que já façam parte do plantel vão começar a receber significativamente menos”.

O aditamento pede apenas que se esclareça que, “se houver uma mudança de moeda, os jogadores continuem a receber da mesma forma”. No entanto, há quem vá mais longe e solicite que os depósitos passem a ser feitos em instituições bancárias no estrangeiro e não a nível nacional. Com esta medida de prevenção, tentam evitar vir a perder dinheiro caso aconteça algum colapso bancário.

A incerteza é grande ainda e poderão não ser apenas os jogadores estrangeiros a ficar numa situação delicada a jogar na Grécia, já que também os gregos a alinhar nos principais campeonatos europeus temem que a situação legal sofra alterações. Em primeiro lugar, e sabendo que tudo está ainda numa fase muito prematura e não se sabendo como irão as entidades desportivas lidar com a situação, têm receio de passar a ser considerados extracomunitários, perdendo a corrida em plantéis em que o número de vagas é limitado e existe uma preocupação adicional na composição da equipa.
Portugal é um natural interessado na evolução desta situação, em ambos os sentidos. De imediato, o Benfica conta com o internacional grego Samaris no plantel, contratado ao Olympiacos por 10 milhões de euros no início da última época.

Mas não só por aí. Apesar de a tendência já não ser tão forte como nos últimos anos, há um grande passado de técnicos no futebol helénico: Fernando Santos (clubes e selecção), JesualdoFerreira, José Peseiro, Leonardo Jardim, Vítor Pereira, Carlos Carvalhal e Sá Pinto aparecem num primeiro plano e Marco Silva surge como o grande interessado agora.
O ainda treinador do Sporting está de saída mas falta chegar a acordo com os leões para a rescisão. Quando o fizer, tudo aponta que será o principal alvo do Olympiacos para suceder a Vítor Pereira. Mesmo que resolva a situação em Alvalade, é provável que o futuro da Grécia atrase – ou dificulte – um acordo.