Madeleine McCann. Investigação admite hipóteses iguais de criança estar viva ou morta


A polícia britânica que está a rever todas as pistas relacionadas com o desaparecimento de Madeleine McCann admite, de igual forma, as hipóteses de a criança estar viva ou morta, afirmou hoje o detetive responsável. "As duas hipóteses, viva ou lamentavelmente morta, estão ao mesmo nível", disse hoje à agência Lusa em Londres Andy Redwood,…


A polícia britânica que está a rever todas as pistas relacionadas com o desaparecimento de Madeleine McCann admite, de igual forma, as hipóteses de a criança estar viva ou morta, afirmou hoje o detetive responsável.

"As duas hipóteses, viva ou lamentavelmente morta, estão ao mesmo nível", disse hoje à agência Lusa em Londres Andy Redwood, que coordena os esforços da Scotland Yard na investigação do caso.

A Scotland Yard tem uma equipa de 37 pessoas a analisar todas as informações relacionadas com o caso recolhidas pelas polícias de Portugal e do Reino Unido e também pelos detetives privados contratados pelos pais de Madeleine.

Porém, reafirmou que existem fortes probabilidades de que a criança, então com três anos, tenha sido "levada de forma criminosa por uma pessoa sem consentimento".

Um dos "procedimentos que estamos a fazer é analisar a ordem cronológica dos acontecimentos e estou convicto que, segundo a nossa observação cuidadosa, houve oportunidades para Madeleine ter sido raptada e é a nossa opinião que foi isso que aconteceu", salientou.

É com base nesta possibilidade que a polícia britânica divulgou hoje um retrato de como Madeleine seria agora, feito por um especialista forense e aprovado pela família.

Esta imagem, associada ao facto de o quinto aniversário do desaparecimento ser a 03 de maio e do aniversário de Madeleine, que faria nove anos, a 12 de maio, sustentam um novo apelo público para informações sobre o caso.

Em particular, os polícias querem falar com os turistas que passaram férias no complexo turístico da Praia da Luz onde tudo se passou e que nunca tenham prestado depoimento.

Redwood garante terem já encontrado 195 "novas oportunidades de investigação" da análise de 25 por cento das cerca de 40 mil pistas que reuniram e que existe um bom espírito de colaboração com a Polícia Judiciária.

"Os colegas com quem estou a trabalhar no Porto são detetives altamente profissionais, empenhados e experientes, o que é ótimo para trabalharmos juntos em colaboração", comentou.

Por outro lado, o facto de os agentes nomeados para a equipa de revisão formada em Portugal nunca terem estado envolvidos neste caso "permitiu que ambos os lados chegaram com uma mente completamente aberta".

A criança desapareceu a 03 de maio de 2007, quando estava num empreendimento turístico na Praia da Luz, no Algarve, com os seus pais, Kate e Gerry McCann.

Desde então, as autoridades portuguesas e britânicas têm tentado encontrar a criança mas sem qualquer sucesso.

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A condução da investigação ao desaparecimento de Madeleine McCann ainda pertence à polícia portuguesa e que cabe às autoridades portuguesas decidir se reabrem o caso, afirmou hoje o detetive Andy Redwood, das autoridades britânicas.

O responsável pela equipa que está a rever todas as informações relacionadas com o desaparecimento registado no Algarve a 03 de maio de 2007 explica que o objetivo da Scotland Yard não é "encontrar defeitos ou culpas" de outros.

"O que queremos fazer é trabalhar em colaboração, e estamos a trabalhar em colaboração, com colegas da equipa de revisão [do caso] no Porto, para que possamos levar até eles a informação de melhor qualidade", afirmou hoje à agência Lusa.

A vantagem da equipa britânica é que, vincou, pela primeira vez estão concentradas no mesmo local as pistas recolhidas pelas polícias portuguesa e britânica e também pelos detetives privados contratados pelos pais de Madeleine.

Até agora, adiantou, já foram analisados 25 por cento das cerca de 40 mil pistas, com 100 mil páginas de informação escrita, muitas das quais ainda por traduzir.

"A partir deste material já identificámos 195 oportunidades de investigação que partilhámos com os nossos colegas e também estamos a desenvolver o que consideramos ser nova informação", acrescentou.

Os resultados desta análise, que está a ser feita diariamente por uma equipa de 37 agentes e funcionários da polícia britânica, são depois passados aos colegas da Polícia Judiciária, com quem Redwood se reúne mensalmente.

"O material é colocado na revisão deles", explicou, sublinhando que, embora já visitado o complexo turístico onde tudo aconteceu, na Praia da Luz, no Algarve, a polícia britânica não faz investigações ativas.

A polícia britânica iniciou uma revisão do caso em 2011, a pedido dos pais e após a intervenção do primeiro-ministro britânico, David Cameron.

Redwood garante que este procedimento é comum quando se tratam de casos por resolver envolvendo cidadãos britânicos e evitou discutir a reabertura em Portugal da investigação em Portugal, arquivada em 2008.

"O nosso objetivo é levar a informação de maior qualidade possível, partindo da posição única de sobreposição das três fontes de informação, identificar as oportunidades de investigação e passá-las aos nossos colegas em Portugal, de forma a que eles, enquanto polícia responsável, possam entrar em diálogo dentro da polícia e depois com o Ministério Público", observou.

A criança despareceu a 03 de maio de 2007, quando estava num empreendimento turístico na Praia da Luz, no Algarve, com os seus pais, Kate e Gerry McCann.

Desde então, as autoridades portuguesas e britânicas têm tentado encontrar a criança mas sem qualquer sucesso.

Madeleine McCann. Polícia britânica encontrou 195 novas oportunidades de investigação

A polícia britânica afirma ter identificado 195 novas oportunidades de investigação ao desaparecimento Madeleine McCann, cuja investigação em Portugal pretende reabrir para encerrar o caso.

"Reabrir a investigação", afirmou hoje o detetive Andy Redwood, "é única forma de saber o que aconteceu a Madeleine McCann e encerrar o caso".

Redwood lidera uma equipa de 37 pessoas da Scotland Yard que está a rever todas as pistas relacionadas, recolhidas não só pelas polícias dos dois países como por detetives privados contratados pela família para encontrar a criança desaparecida a 03 de maio de 2007.

Esta equipa, adiantou hoje, numa conferência de imprensa, está a colaborar com a Polícia Judiciária, que formou um grupo semelhante no Porto, composto por "detetives experientes", nomeadamente em casos de pessoas desaparecidas.

Neste âmbito, Redwood revelou ter já feito sete visitas a Portugal, "duas a nível superior, uma ao complexo turístico e quatro de reunião com equipa no Porto".

Tem também mantido "contactos regulares" com a família McCann.

A quantidade de informação, enfatizou, é "vasta", totalizando 40 mil pistas das quais milhares de páginas que "precisam de tradução, o que atrasa os processos".

Até agora, apenas 25 por cento foi analisada "ao mais alto nível" partindo de duas hipóteses, a de Madeleine pode estar viva ou morta.

"Há uma possibilidade genuína de estar viva", vincou.

É com esta hipótese em mente que foi hoje divulgada uma fotografia de Madeleine McCann trabalhada por um perito forense para parecer que tem nove anos, a idade que completaria a 12 de maio.

Ao mesmo tempo, e apenas a dias do quinto aniversário do desaparecimento, foi renovado o apelo público para informação.