Gangues de Lisboa com farda militar


As tropas portuguesas são, regra geral, muito bem vistas no estrangeiro e o seu desempenho é elogiado por vários países. Não vale a pena recuar à guerra dos Balcãs, onde os portugueses, segundo rezam as crónicas, foram das poucas tropas aceites por ambas as partes. Em África, até pela tradição, a tropa nacional tem estado…


As tropas portuguesas são, regra geral, muito bem vistas no estrangeiro e o seu desempenho é elogiado por vários países. Não vale a pena recuar à guerra dos Balcãs, onde os portugueses, segundo rezam as crónicas, foram das poucas tropas aceites por ambas as partes.

Em África, até pela tradição, a tropa nacional tem estado na frente de alguns conflitos como na República Centro Africana, onde, mais uma vez, mereceram aplausos generalizados. Acontece que as últimas notícias ligando os militares portugueses ao tráfico de diamantes, droga e ouro acaba por manchar, e muito, essa prestação antes aplaudida. Será pois essencial que se perceba o que correu mal e como se poderá evitar situações futuras. A investigação do i conclui que os principais gangues das áreas suburbanas apostaram nos últimos anos em infiltrar elementos nas tropas especiais que podiam depois tratar do tráfico de diamantes, ouro e droga, a partir de países como a República Centro Africana, entrando essas matérias livremente em território nacional. E se as denúncias aconteceram em 2019 como foi possível demorar tanto tempo até se chegar aqui?

P. S. 1 Não sei o que têm a dizer os empresários portugueses, mas o estudo apresentado pelo economista Eugénio Rosa é assustador. De 156 ofertas de emprego disponíveis no IEFP para engenheiros civis, eletrotécnicos, mecânicos, agrónomos, etc., cujos salários oferecidos, de acordo com o economista, na sua esmagadora maioria variam entre 760 e mil euros, escreve o i na edição de hoje. Mas o economista explica ainda melhor. “Isto são remunerações brutas, antes de descontar para o IRS e para a Segurança Social. Como é que o país assim pode reter quadros qualificados?”.

Pois não sei…

P. S. 2 O líder do CDS, Francisco Rodrigues dos Santos, continua a fazer lembrar o automobilista que vai em sentido contrário na autoestrada e que pensa que todos os outros condutores estão em contramão. Espetáculo deprimente, numa crónica de uma morte anunciada.