Defesa nacional é importante para defesa dos valores de uma sociedade civilizada


O ministro da Defesa Nacional, José Pedro Aguiar-Branco, considerou hoje ser “de uma grande arrogância” achar que Portugal não tem de participar na defesa dos valores da liberdade e da harmonia entre os povos. Ao intervir em Viseu numa cerimónia no âmbito do Dia da Defesa Nacional, o ministro contou ser frequentemente questionado sobre para…


O ministro da Defesa Nacional, José Pedro Aguiar-Branco, considerou hoje ser “de uma grande arrogância” achar que Portugal não tem de participar na defesa dos valores da liberdade e da harmonia entre os povos.

Ao intervir em Viseu numa cerimónia no âmbito do Dia da Defesa Nacional, o ministro contou ser frequentemente questionado sobre para que servem as Forças Armadas se Portugal não está em guerra.

Segundo Aguiar-Branco, “as novas gerações tendem a achar que as matérias de defesa nacional são algo que acontecem para interesse de outros”, sobretudo de fora de Portugal, “e ignoram que a defesa nacional, num conceito moderno de século XXI, obriga a que o país assuma as suas responsabilidades mesmo para lá das fronteiras geográficas”.

“É de uma grande arrogância acharmos que a nossa geração, a nossa juventude e o nosso país não tenha que ser chamado a participar no que diz respeito à defesa dos valores que nós queremos que persistam numa sociedade civilizada: os valores da liberdade e da harmonia entre os povos, que permitam o desenvolvimento são e saudável das nossas sociedades”, sublinhou.

Na sua opinião, “hoje este mundo global ainda aconselha mais a que se invista nesta dimensão da defesa”.

O governante aludiu ao terrorismo, à pirataria e ao narcotráfico, novas ameaças que se verificam em relação ao mundo ocidental, mas também “às formas de ameaça convencionais”, dando exemplo do que se passa na Crimeia.

“Um tipo de ameaça que julgávamos estar ultrapassado e que, de um momento para o outro, aparece de uma forma muito real e que mostra que temos que ser capazes de responder quer ao tipo de ameaças novas que existam, quer às ameaças convencionais, que se traduziram naquilo que tem a ver com a violação de um direito internacional, que pôs em causa um Estado soberano”, frisou.

Neste âmbito, defendeu que “antes do Estado social, da ciência e da educação”, têm de ser asseguradas “condições de segurança e de paz, para que o desenvolvimento se possa fazer de forma harmoniosa”.

*Este artigo foi escrito ao abrigo do novo acordo ortográfico aplicado pela Agência Lusa