Covid-19


Aí está a remake de há 8 meses, com o recolher obrigatório, só que desta vez sem fecho de escolas e transportes públicos a funcionar.


Estou tão fartinho de normas, regras e proibições. O estar em casa muitas horas, já dei por mim numa de cusquice a observar os meus vizinhos. Tenho-me apercebido de cada uma que antes ignorava.

Esta marada pandemia, com as suas restrições, ordenações e contra-ordenações, faz-me sentir que estou num filme de terror.

Para mim, ter que estar em casa das 23h às 5 h da manhã do outro dia e ao fim-de-semana das 13h às 5h, sinceramente, não interfere na minha vida. Isso é sinal que estou a ficar com hábitos de um velho.

Com a pandemia comecei a interessar-me pela vida dos outros e como eles vivem. Isso é mau, pois antigamente a minha vida chegava-me. Talvez seja uma tentativa de comparar com a minha vida. O tempo para pensar tem destas coisas.

Estão reunidas as condições para não haver Natal e Passagem de Ano.

Uma vida assim, é uma vida sem sentido. Parece que vivemos num hospital, uns de pé (saudáveis), outros doentes (na cama) e outros muito doentes (ligados a máquinas). Todos esperando pela vacina milagrosa.

Estou cansado de viver uma vida que não é a minha. Estamos a viver momentos de dificuldade, luta e superação.

Apetece-me dizer montes de asneiras, mas vou-me ficar por aqui.

Esta pandemia mostra à saciedade que a política é uma campanha eleitoral permanente. Há uns que ganharam com esta crise sanitária e outros perderam. Daí, ser preciso estar em constante alvoroço e andar sempre a correr com soluções e ideias contra os rivais.

Vivemos numa sociedade diabólica, em que só há um Deus – o dinheiro. Vivemos num mundo darwiniano de luta pela sobrevivência: os ricos para um lado, os pobres para outro. Os ricos com tudo e os pobres com nada.

Com a Covid-19 o darwinismo acentuou-se: fracos, doentes e idosos condenados à sua sorte; jovens, capazes e saudáveis sobrevivem.

Esta pandemia fez do Mundo um lugar pior e perigoso. O problema é que não temos para onde ir! Eu dou voltas à cabeça para ver como posso sair deste Mundo e abraçar um melhor, mas não vejo jeito. Todavia, não vou desistir de um Mundo limpo de corrupção, com doenças controladas, digno e que haja espaço para todos.

O medo continua aí, pelas notícias e o aumento de número de infectados. O medo torna as pessoas antipáticas e irracionais. O que actualmente comanda as nossas vidas é a crise económica.

Vamos ver quanto medo, os portugueses conseguem acumular sem rebentar? A Covid-19 não só mata gente, mas também, mata ideias, quando não as mata, desacredita-as.

Vivemos num Mundo em que o ideal de convivência é não pensar de maneira diferente ou ser dissidente. Eu nunca tive problemas em divergir de uma pessoa, dizer-lhe o que penso e continuar amigo(a) dessa pessoa. Politicamente a mesma coisa. Vivemos numa sociedade em que não há o direito à diferença, isso é estigmatizado. A pandemia favorece quem está no poder e o poder aproveita-se desta pandemia. O medo é tanto que nem se pensa.

Biólogo, fundador do Clube dos Pensadores


Covid-19


Aí está a remake de há 8 meses, com o recolher obrigatório, só que desta vez sem fecho de escolas e transportes públicos a funcionar.


Estou tão fartinho de normas, regras e proibições. O estar em casa muitas horas, já dei por mim numa de cusquice a observar os meus vizinhos. Tenho-me apercebido de cada uma que antes ignorava.

Esta marada pandemia, com as suas restrições, ordenações e contra-ordenações, faz-me sentir que estou num filme de terror.

Para mim, ter que estar em casa das 23h às 5 h da manhã do outro dia e ao fim-de-semana das 13h às 5h, sinceramente, não interfere na minha vida. Isso é sinal que estou a ficar com hábitos de um velho.

Com a pandemia comecei a interessar-me pela vida dos outros e como eles vivem. Isso é mau, pois antigamente a minha vida chegava-me. Talvez seja uma tentativa de comparar com a minha vida. O tempo para pensar tem destas coisas.

Estão reunidas as condições para não haver Natal e Passagem de Ano.

Uma vida assim, é uma vida sem sentido. Parece que vivemos num hospital, uns de pé (saudáveis), outros doentes (na cama) e outros muito doentes (ligados a máquinas). Todos esperando pela vacina milagrosa.

Estou cansado de viver uma vida que não é a minha. Estamos a viver momentos de dificuldade, luta e superação.

Apetece-me dizer montes de asneiras, mas vou-me ficar por aqui.

Esta pandemia mostra à saciedade que a política é uma campanha eleitoral permanente. Há uns que ganharam com esta crise sanitária e outros perderam. Daí, ser preciso estar em constante alvoroço e andar sempre a correr com soluções e ideias contra os rivais.

Vivemos numa sociedade diabólica, em que só há um Deus – o dinheiro. Vivemos num mundo darwiniano de luta pela sobrevivência: os ricos para um lado, os pobres para outro. Os ricos com tudo e os pobres com nada.

Com a Covid-19 o darwinismo acentuou-se: fracos, doentes e idosos condenados à sua sorte; jovens, capazes e saudáveis sobrevivem.

Esta pandemia fez do Mundo um lugar pior e perigoso. O problema é que não temos para onde ir! Eu dou voltas à cabeça para ver como posso sair deste Mundo e abraçar um melhor, mas não vejo jeito. Todavia, não vou desistir de um Mundo limpo de corrupção, com doenças controladas, digno e que haja espaço para todos.

O medo continua aí, pelas notícias e o aumento de número de infectados. O medo torna as pessoas antipáticas e irracionais. O que actualmente comanda as nossas vidas é a crise económica.

Vamos ver quanto medo, os portugueses conseguem acumular sem rebentar? A Covid-19 não só mata gente, mas também, mata ideias, quando não as mata, desacredita-as.

Vivemos num Mundo em que o ideal de convivência é não pensar de maneira diferente ou ser dissidente. Eu nunca tive problemas em divergir de uma pessoa, dizer-lhe o que penso e continuar amigo(a) dessa pessoa. Politicamente a mesma coisa. Vivemos numa sociedade em que não há o direito à diferença, isso é estigmatizado. A pandemia favorece quem está no poder e o poder aproveita-se desta pandemia. O medo é tanto que nem se pensa.

Biólogo, fundador do Clube dos Pensadores