Causa Real defende monarquia em Espanha e alerta para desagregação

Causa Real defende monarquia em Espanha e alerta para desagregação


Teresa Côrte-Real lembra que o sistema “é o elo” de união do país vizinho e tem-no sido em democracia.


O futuro do Rei emérito espanhol Juan Carlos e as circunstâncias que o levaram a exilar-se (um processo em que é suspeito de fuga ao fisco ou até corrupção a partir de 2014), lançaram o debate sobre o futuro da monarquia espanhola.
Teresa Côrte- Real, presidente da Causa Real, prefere não comentar a situação concreta do Rei emérito. Não é tema sobre o qual a Causa Real se vá debruçar porque é uma questão interna de Espanha. “Confiamos que as instituições democráticas da monarquia espanhola irão com certeza analisar o caso com a transparência que ele merece”, afirma ao i Teresa Côrte-Real.

Contudo, a mesma responsável considera que a “unidade de Espanha deve-se à ação do Rei Juan Carlos e todos os que trabalharam com ele”. Mais, a monarquia em Espanha consegue “unir as várias nações que compõem Espanha”. Ou seja, é “o elo que une as várias nações”. Por isso, adverte: “Se esse elo desaparece há uma fragmentação. Fragmentação que não é com certeza benéfica para Espanha” e terá efeitos também em Portugal, argumenta.

Entretanto, continua a não se saber ao certo o paradeiro do monarca que liderou Espanha durante quatro décadas. Já foi apontada República Dominicana, Portugal e agora os Emirados Árabes Unidos. Houve, aliás, uma notícia no El Mundo que dava conta de uma operação que envolvia o próprio Presidente da República na mudança do Rei Juan Carlos para a nova morada. Mas o Presidente desmentiu e considerou tal intervenção “um disparate”, demarcando-se de qualquer envolvimento para trazer para Portugal, mais precisamente para Cascais, o Rei emérito espanhol.

Teresa Côrte-Real limita-se a dizer sobre este assunto que há “uma história de grande ligação ao Estoril”. Ou seja, prefere só constatar um facto que é bem conhecido. 

Entretanto, segundo o jornal espanhol ABC, será o próprio Juan Carlos a divulgar a sua nova morada e não o Palácio da Zarzuela, por se considerar que é uma tema “privado”. O jornal cita fontes do Palácio da Zarzuela, denotando um claro afastamento do caso.

Por sua vez, o ex-futebolista português Luís Figo decidiu pronunciar-se sobre o caso: “Bem-vindo sua Majestade, aqui não há rabos de cavalo”, escreveu Figo, no Twitter, aludindo ao líder do Podemos e governante. Por esta frase foi arrasado nas redes sociais.

De realçar que, caso Juan Carlos queira vir para Portugal para cumprir o seu exílio, a PSP estará preparada, como revelou ao SOL: “A PSP mantém reserva sobre a presença ou ausência de altas entidades em território nacional. A atribuição de equipas operacionais e a execução, pela PSP, de missões de segurança pessoal, seguem os protocolos e os procedimentos definidos, resultando da categoria das altas entidades e da análise do grau de ameaça e risco, em contextos concretos”.