Animal apoia decisão europeia de travar apoios para criação de touros para touradas

Animal apoia decisão europeia de travar apoios para criação de touros para touradas


A Animal, associação de defesa dos direitos dos animais, classificou hoje como “um passo importante” para terminar com a tauromaquia a decisão do Parlamento Europeu de vedar os subsídios aos proprietários envolvidos na criação de touros para touradas.


“Vemos como muito positiva a votação desta emenda proposta pelos Verdes. Vamos aguardar pelos trâmites legais normais e ver as implicações da legislação”, disse à Lusa Rita Silva, da Animal, adiantando tratar-se de um “muito importante passo para o fim da tauromaquia” nos três países europeus em que ainda existe: Portugal, Espanha e França.

Segundo a responsável, o que faz com que ainda existam touradas nos três países europeus “são as subvenções europeias e nacionais”, sublinhando que a Animal, juntamente com outras organizações, tem vindo a lutar nos últimos anos para que acabem os subsídios comunitários ou nacionais.

“Vemos isto com um certo humor: os tauromáquicos dizem sempre que não há subsídios, nem dinheiro a entrar para ajudar a sua indústria. Curiosamente, afinal havia, agora estão a queixar-se em fóruns privados. A máscara acabou por cair, aquilo que nós já sabíamos, a comunidade passou a saber, claro que há dinheiro”, avançou Rita Silva.

O Parlamento Europeu solicitou na quarta-feira que nenhuns fundos comunitários sejam destinados a propriedades onde sejam criados touros para touradas.

"Nem os dinheiros da PAC (Política Agrícola Comum) nem quaisquer outras verbas orçamentadas devem ser utilizadas para financiar actividades de tauromaquia em que o touro seja morto", pediram os deputados numa alteração à posição do Parlamento sobre o orçamento comunitário de 2016, que contou com 438 votos a favor, 199 contra e 50 abstenções.

Este pedido – tal como a totalidade da posição orçamental do Parlamento – terá ainda de ser negociado com o Conselho da União Europeia (que representa os estados-membros), no âmbito do processo de conciliação para a aprovação do orçamento de 2016.

A alteração aprovada na quarta-feira, introduzida pelos Verdes, não é a primeira votada pelo Parlamento nesse sentido, "mas é a primeira vez que este pedido é integrado no corpus" da posição orçamental da assembleia, declarou Michael Schmitt, consultor político dos Verdes no Parlamento Europeu, à Agence France-Presse (AFP).

Lusa