Protestos à porta da assembleia-geral da EDP contra a privatização


Cerca de duas centenas de pessoas protestaram hoje à porta da assembleia-geral de acionistas da EDP contra a privatização da empresa, alertando para as condições de trabalho de empresas que prestam serviços à elétrica nacional. "Estamos aqui a dizer que somos contra a privatização de uma empresa estratégica para a economia nacional", afirmou hoje à…


Cerca de duas centenas de pessoas protestaram hoje à porta da assembleia-geral de acionistas da EDP contra a privatização da empresa, alertando para as condições de trabalho de empresas que prestam serviços à elétrica nacional.

"Estamos aqui a dizer que somos contra a privatização de uma empresa estratégica para a economia nacional", afirmou hoje à Lusa o coordenador do Fiequimetal, Rogério Silva, alertando que o encaixe com a alienação de uma participação de 21,35 por cento do capital à China Three Gorges "é inferior ao que o Estado iria receber, em dividendos, nas próximas décadas".

Ao protesto, que subia de tom sempre que chegavam ao centro de reuniões da FIL acionistas da elétrica nacional, juntaram-se trabalhadores da Tempo Team, a reclamar um aumento salarial de 30 euros para 2012.

"É mesmo necessário o aumento dos salários. A nossa energia é o vosso lucro", repetiam.

Em declarações à Lusa, Ana Catarino, trabalhadora da Tempo Team, empresa prestadora de serviços à EDP, explicou que há um "sentimento de injustiça", porque fazem o mesmo trabalho [que os trabalhadores da elétrica], mas com uma tabela salarial diferente.

"Temos um salário que vai do salário mínimo até ao patamar máximo dos 645 euros, sendo que as pessoas que recebem o valor máximo já se encontram nesse patamar há mais de sete anos, sem aumentos", disse.

Ana Catarino adiantou que "na Tempo Team, há mais de 800 pessoas a fazer todo o trabalho de retaguarda da EDP há mais de 20 anos em condições de trabalho insatisfatórias".

De acordo com o responsável da Fiequimetal, "os trabalhadores da Tempo Team são o retrato do estímulo à precariedade que a EDP tem promovido", defendendo que "todas as empresas que coabitam no universo EDP tenham direitos semelhantes e estabilidade social".