Marco Martins estreia filme na sexta-feira no Museu do Louvre, em Paris


O realizador Marco Martins estreia na sexta-feira, no Museu do Louvre, em Paris, o filme “Twenty-one-twelve, the day the world did not end”, que integra uma exposição do artista italiano Michelangelo Pistoletto, disse o cineasta à Lusa. A longa-metragem será exibida em estreia mundial no Louvre em complemento à exposição de Michelangelo Pistoletto, intitulada “Année…


O realizador Marco Martins estreia na sexta-feira, no Museu do Louvre, em Paris, o filme “Twenty-one-twelve, the day the world did not end”, que integra uma exposição do artista italiano Michelangelo Pistoletto, disse o cineasta à Lusa.

A longa-metragem será exibida em estreia mundial no Louvre em complemento à exposição de Michelangelo Pistoletto, intitulada “Année 1: Année 1. Le paradis sur terre”, patente no museu desde abril.

Com autoria repartida com o artista italiano, o filme “é uma reflexão sobre a crise, sobre a sustentabilidade, sem esquecer o conceito da regeneração”, explicou Marco Martins.

“Twenty one twelve, the day the world did not end”, um “filme híbrido” que cruza ficção e documentário, acompanha a vida de 12 pessoas em todo o mundo, incluindo cinco portugueses: o escritor Gonçalo M. Tavares, o músico David Santos (noiserv), o astrofísico Pedro Gil Ferreira, a aldeã Maria de Fátima Príncipe e o pastor Fernando Magalhães, ambos de Trás-os-Montes.

O filme foi rodado em janeiro em Portugal, Reino Unido, Japão ou Índia, mas temporalmente a narrativa acontece ao longo de 24 horas, a 21 de dezembro de 2012, o dia mais curto do ano e que, segundo o calendário maia, ditaria o fim do mundo.

“É sobre o dia normal de cada uma daquelas doze pessoas. Eu queria mostrar essa normalidade na vida delas, comparando os seus quotidianos, mas que refletissem sobre o nosso tempo”, referiu Marco Martins, que filmou também um estudante de sânscrito ou uma criadora de anime no Japão.

 O filme, que terá apenas uma exibição na sexta-feira no Louvre, com a presença do realizador e do artista plástico, contou com produção do Centro de Criação para o Teatro e Artes de Rua, de Santa Maria da Feira, e apoio financeiro da Fundação Calouste Gulbenkian e do espaço BES Arte & Finança.

Marco Martins, realizador e encenador de 41 anos, e Michelangelo Pistoletto, 69 anos, conheceram-se quando o artista italiano apresentou em 2012 uma exposição em Guimarães e acabaram por perceber que “bom, bom era fazer um filme juntos”.

A oportunidade surgiu, então, para a exposição que Michelangelo Pistoletto inaugurou em Paris, com o Museu do Louvre a dar-lhe “carta branca” para ocupar vários espaços do museu, dos jardins ao auditório, em torno da ideia do “terceiro paraíso”.

Não está ainda nada confirmado para exibições de “Twenty one twelve, the day the world did not end” em Portugal, mas Marco Martins considera que será mais provável passar num festival de cinema.

 

*Este artigo foi escrito ao abrigo do novo acordo ortográfico*