Maratona. As inscrições para Pyongyang acabam hoje


Mo Farah está em Lisboa e a expectativa é grande. O campeão olímpico, mundial e europeu dos 5000 e dos 10 000 metros promete fazer uma boa marca na meia-maratona e não faltarão curiosos na ponte que outrora se chamou Salazar a tentar ultrapassar os seus limites no próximo domingo. Do outro lado do mundo,…


Mo Farah está em Lisboa e a expectativa é grande. O campeão olímpico, mundial e europeu dos 5000 e dos 10 000 metros promete fazer uma boa marca na meia-maratona e não faltarão curiosos na ponte que outrora se chamou Salazar a tentar ultrapassar os seus limites no próximo domingo. Do outro lado do mundo, na Coreia do Norte, há uma ditadura a ultimar detalhes para uma verdadeira maratona, de 42 quilómetros e 195 metros. Pode não ter um cartaz apetecível como as mais tradicionais de Londres,Berlim, Boston, Chicago, Nova Iorque e Tóquio, mas não deixa de ser uma oportunidade única.

É uma das raras oportunidades que os estrangeiros têm de visitar Pyongyang em massa, mas este ano a participação chegou a estar em risco. A Coreia do Norte fechou as fronteiras a todos os visitantes em Outubro por causa do ébola e criou condições extraordinárias para os que tinham acabado de chegar. Durante meses pensou-se que a maratona seria apenas para consumo interno mas as restrições foram levantadas no início de Março. Também por isso a organização decidiu dar mais algum tempo aos eventuais interessados, alargando o período de inscrições até hoje, 20 de Março. “A Koryo Tours recebeu hoje a confirmação de que os amadores estrangeiros foram mais uma vez convidados para fazer parte da maratona de Pyongyang”, pode ler-se numa notícia publicada por uma das agências que organizam viagens à Coreia do Norte. Na Uri Tours a informação é mais completa. Ficamos a saber que partindo de Pequim, por exemplo, se consegue pagar um programa que inclui quatro dias na Coreia do Norte a partir de 1250 dólares. O valor individual da inscrição é 100 dólares. Em comparação, os preços da meia maratona de Lisboa variavam entre os 16 e os 25 euros, dependendo da data de inscrição.

A prova do ano passado foi ganha pelo norte-coreano Pak Chol, que percorreu a distância em duas horas, 12 minutos e 26 segundos – o recorde continua a ser de Jung-won Kim, que em 1996 registou a marca de 2.10’50’’. Voltando a 2014, a prova contou com participantes de 27 países, e o canadiano Jacob Young era um deles. “Vou a corridas internacionais todos os anos mas esta é claramente aquela que sinto como mais particular. É muito diferente. Normalmente imagino os turistas a olharem para a população, aqui é a população que olha para nós. Nós é que somos o espectáculo.”

A corrida também está aberta a profissionais desde que tenham um tempo inferior a duas horas e 27 minutos. Pode ser tudo muito em cima do joelho, mas os interessados ainda vão a tempo.