Lampedusa. Barco com 400 imigrantes afunda a caminho de Itália


Um barco que transportava centenas de imigrantes naufragou ontem perto da ilha de Lampedusa, Itália, tendo provocado a morte de 14 pessoas, sendo que 200 imigrantes foram salvos pelas autoridades locais. No domingo, um outro barco com imigrantes ilegais afundou ao largo da Líbia e outras 36 pessoas morreram. Segundo a comunicação social italiana, o…


Um barco que transportava centenas de imigrantes naufragou ontem perto da ilha de Lampedusa, Itália, tendo provocado a morte de 14 pessoas, sendo que 200 imigrantes foram salvos pelas autoridades locais. No domingo, um outro barco com imigrantes ilegais afundou ao largo da Líbia e outras 36 pessoas morreram. Segundo a comunicação social italiana, o barco tinha 400 pessoas a bordo, mas o porta-voz da marinha italiana não confirmou este número nem quantas pessoas se encontravam desaparecidas.

Nas operações de salvamento estiveram presentes uma fragata com bandeira italiana e um helicóptero.

O naufrágio ocorreu a cerca de cem milhas marítimas (160 quilómetros) a sul de Lampedusa, ao largo da Sicília (sul de Itália), a ilha italiana mais próxima da costa líbia. A agência Ansa avançou igualmente que várias embarcações da marinha militar italiana, ao serviço da operação de salvamento “Mare Nostrum” (vocacionada para situações relacionadas com a imigração ilegal), e várias embarcações comerciais foram deslocadas para a área. Cerca de 200 imigrantes foram resgatados com vida e as operações de busca e resgate prosseguem no local. Não foi avançado, até ao momento, um balanço quanto ao número de mortos e feridos.

Na Líbia, as autoridades informaram que conseguiram resgatar 50 pessoas com vida, mas um número indeterminado de imigrantes continua desaparecido. Rami Kaal, porta-voz do ministro do Interior líbio manifestou a sua preocupação pelo facto do seu país estar a ser atingido “por um grande número de imigrantes ilegais”.

O representante do governo diz que a maioria das pessoas vem de países da África subsariana e de países vizinhos como o Egipto e a Tunísia, sendo que nos últimos tempos tem havido uma vaga de imigração proveniente da Síria. O governo líbio entende que os países europeus têm a obrigação de ajudar Tripoli a combater este “problema sério”, mas acusa as autoridades europeias de não tomarem medidas no combate à imigração que tem afectado o Mediterrâneo durante o último ano.

Tripoli garante que a presença de imigrantes ilegais na Líbia tem contribuído para o aumento dos homicídios e dos assaltos à mão armada. No último fim-de-semana, o ministro do Interior da Líbia, Salah Mazeq, ameaçou facilitar a passagem de imigrantes para a Europa caso não haja desenvolvimentos positivos no futuro. Salah Mazeq disse que “eu aviso o mundo, em particular a União Europeia que nós podemos facilitar a passagem deste fluxo de imigrantes se mais ninguém assumir a responsabilidade do problema”. Apesar do descontentamento visível nas palavras do ministro do Interior, o governo interino de Tripoli emitiu um comunicado no qual reafirma a “sua vontade em continuar a colaborar com os países atingidos pela imigração, em particular a Itália, e controlar as fronteiras para impedir a vaga de imigrantes”.