Uma semana depois de ter sido assolada por fortes cheias, Albufeira está a trabalhar com o objectivo de regressar à normalidade. As obras de recuperação já tiveram início e decorrem até a um “ritmo superior ao esperado”. Quanto aos prejuízos, ainda não é possível contabilizar o valor total, mas estão “na ordem dos muitos milhões de euros, tanto em infra-estruturas públicas como privadas”, revela ao i Cristiano Cabrita, do gabinete de comunicação do município.
Neste momento, os únicos prejuízos que, com garantia, se podem apurar são os dos lesados que tinham seguro a 1 de Novembro: “Nestes casos, as seguradoras já trataram de fazer esse balanço”, acrescenta o responsável. Mas os comerciantes que não estavam segurados à data das cheias não vão ser esquecidos: “Estamos a receber essas pessoas e estão a ser encaminhadas para o Gabinete de Emergência da Câmara Municipal.” Cristiano Cabrita afirma que as pessoas nestes casos “vão ser auxiliadas na medida do possível”, através das contas de emergência e de “alguns meios através dos quais a autarquia possa ajudar, quer directa quer indirectamente”.
Pela frente, há ainda um trabalho minucioso. Neste momento, os lesados sem seguro “estão a fazer os inventários, a ver o que falta e aquilo que estava facturado.” Esta informação deverá depois ser sumarizada e enviada para a autarquia: “Ainda há quem não se tenha deslocado ao gabinete. Há pelo menos 300 comerciantes afectados, fora os privados”, garante a fonte.
Todos os dias, o Gabinete de Emergência recebe contabilizações por parte dos afectados: “As pessoas deslocam-se à Câmara Municipal com uma pen que deve conter fotografias, dois testemunhos e facturas que tiverem, ou seja, toda a informação que conseguirem reunir”, explica Cristiano Cabrita. A cada pessoa é atribuído um número de processo e, a partir daí, seguem-se os trâmites normais de apuramento daquele que é o valor total dos danos.
Ponto de situação Neste momento, os trabalhos de recuperação “estão a correr a um ritmo superior ao que era esperado”, garante a autarquia. A primeira zona de intervenção – da Praça dos Pescadores até ao Largo Engo. Duarte Pacheco– está praticamente concluída. O que falta reparar são “apenas alguns apontamentos de limpeza de cabos, por exemplo”, garante o responsável ao i. Nesta área, todas as infra-estruturas estão a funcionar: “Temos água e luz, a situação está totalmente estabilizada.”
Quanto a outra das zonas afectadas – metade da Avenida da Liberdade – “espera-se que para a semana já haja condições para estar totalmente reabilitada em termos de calcetamento de passeios.” Já na metade superior da referida avenida, onde as cheias arrancaram a estrada, “as obras estão a decorrer a bom ritmo”, com a câmara a prever que “daqui a uma ou duas semanas já será possível transitar de uma forma aceitável”.
Na baixa de Albufeira já há comércio reaberto, como cafés, bares e restaurantes. Entre os voluntários nos trabalhos de limpeza estiveram os escuteiros que, no último sábado, contaram também com a colaboração de cerca de 120 elementos de agrupamentos de Tavira e Lagos.
A cidade prepara-se para ter “a maior passagem de ano de sempre” e a câmara garante que os empresários “estão a aderir com muita vontade” a este acontecimento: “Havia casas que no mês de Dezembro, por questões de sazonalidade, encerravam as portas, mas os empresários já estão disponíveis para abrir para a passagem de ano. Uma ou duas semanas antes”, garante Cristiano Cabrita.
