BE. 10ª avaliação é “parceria entre um mau aluno e um mau professor”


O Bloco de Esquerda defendeu hoje que a 10ª avaliação da ‘troika” ao programa de ajustamento é uma “parceria entre um mau aluno e um mau professor”, apontando que apesar de as metas não serem cumpridas, a missão externa “aprovou” Portugal. “O que ficamos a saber é que esta 10ª avaliação é uma parceria entre…


O Bloco de Esquerda defendeu hoje que a 10ª avaliação da ‘troika” ao programa de ajustamento é uma “parceria entre um mau aluno e um mau professor”, apontando que apesar de as metas não serem cumpridas, a missão externa “aprovou” Portugal.

“O que ficamos a saber é que esta 10ª avaliação é uma parceria entre um mau aluno e um mau professor. O Governo diz que o programa é um sucesso porque dois mais dois são igual a sete, e a ‘troika” diz que o aluno está aprovado”, afirmou aos jornalistas José Gusmão, da comissão política do BE.

José Gusmão argumentou que “o que os portugueses esperavam do maior programa de austeridade era um efetivo ajustamento orçamental, que foi a desculpa com a qual este programa de ajustamento foi imposto aos portugueses”.

“O que verificamos é que o maior programa de austeridade da história do nosso país redundou no maior aumento de dívida pública em percentagem do PIB da história do nosso país”, afirmou.

O Governo anunciou hoje que a décima avaliação regular da ‘troika” ao programa de resgate de Portugal, que terminou hoje, “foi positiva” e reiterou a intenção do executivo de “terminar o programa na data prevista”.

“A décima avaliação com a ‘troika” decorreu entre os dias 04 e 16 de dezembro e foi positiva. Portugal já superou 10 avaliações num total de 12. Faltam apenas duas. A nossa intenção é terminar o programa na data prevista, estamos a pouco mais de seis meses de poder terminar o programa na data prevista”, afirmou o vice-primeiro-ministro, Paulo Portas, hoje em conferência de imprensa.

José Gusmão sublinhou que, na conferência de imprensa, não se entrou “em grande detalhe sobre os números”.

“É compreensível, o que sabemos é que, de acordo com o memorando de entendimento, em 2013 a dívida devia ser de 115%, vai ser de 127%, o défice deveria ser de 3%, vai ser de 5,5%, o desemprego devia ser de 13,3%, vai ser mais de 17%”, afirmou.

“É por isso que ontem [domingo] o doutor Paulo Portas não inaugurou um contador da dívida pública, não inaugurou um contador do défice, não inaugurou um contador do desemprego, inaugurou um relógio, mas isso os portugueses já têm”, acrescentou.

José Gusmão referia-se a um ‘contador” para a saída da troika de Portugal, promovido pela Juventude Popular, que foi no fim de semana ‘inaugurado” por Paulo Portas, na qualidade de presidente do CDS-PP.

Esta avaliação da ‘troika” (Fundo Monetário Internacional, Comissão Europeia e Banco Central Europeu) teve início a 04 de dezembro e é o antepenúltimo exame regular ao programa de resgate português, que termina em junho de 2014.

*Este artigo foi escrito ao abrigo do novo acordo ortográfico aplicado pela agência Lusa