O Presidente da República lembrou hoje o arcebispo emérito de Braga, Eurico Dias Nogueira, como uma “personalidade marcante” da igreja portuguesa, considerando que o seu exemplo e testemunho de vida marcaram gerações inteiras de crentes e não-crentes.
“Personalidade marcante da vida da Igreja portuguesa no século XX, D. Eurico Dias Nogueira era um homem de fé, de convicções e de princípios”, lê-se numa mensagem de condolências do chefe de Estado, Aníbal Cavaco Silva, enviada à família de Eurico Dias Nogueira, que morreu esta noite, aos 91 anos.
Na mensagem, divulgada no ‘site” da Presidência da República, Cavaco Silva lembra a forma como o seu magistério, “profundamente influenciado pela renovação eclesial iniciada pelo Concílio Vaticano II, em que participou, pautou-se pela defesa dos valores essenciais da dignidade da pessoa humana”.
Valores que, acrescenta o chefe de Estado, ao longo da sua trajetória de vida, o arcebispo emérito de Braga defendeu em Moçambique e em Angola e, mais tarde, na arquidiocese de Braga.
“O seu exemplo e o seu testemunho de vida marcaram gerações inteiras, de crentes e não-crentes, que admiravam profundamente a coragem e a frontalidade com que D. Eurico Dias Nogueira defendia os princípios em que acreditava”, sublinha ainda o Presidente da República.
O corpo de Eurico Dias Nogueira foi trasladado esta manhã para a Sé Catedral de Braga e a missa exequial realizar-se-á na quarta-feira, às 15:30, informou a arquidiocese.
D. Eurico Dias Nogueira nasceu em Dornelas do Zêzere, Coimbra, em 1923, frequentou o Seminário de Coimbra e foi ordenado sacerdote em 1945.
Em 1964, foi nomeado titular de Vila Cabral, em Moçambique, atualmente a cidade de Lichinga (Niassa), no mesmo ano da sua ordenação episcopal, em Coimbra.
Em 1972 foi transferido para Sá da Bandeira, em Angola, tendo o papa aceitado, em 1977, o seu pedido de resignação da então elevada a arquidiocese de Lubango.
A 05 de novembro do 1977, foi nomeado arcebispo de Braga, entregando a diocese ao seu sucessor apenas em 1999.
Em 2012, foi homenageado em Braga, altura em que o seu sucessor, Jorge Ortiga, considerou que a vida de Eurico Dias Nogueira era uma “lição” e “testemunho missionário”.
*Este artigo foi escrito ao abrigo do novo acordo ortográfico aplicado pela agência Lusa