O Presidente da República disse esta sexta-feira que só enviou documentação do caso das gémeas em janeiro porque estava em segredo de justiça. Marcelo Rebelo de Sousa falou sobre o caso após a tomada de posse dos Secretários de Estado, afirmando que “o Ministério Público considerou que era segredo de justiça” a documentação da Presidência da República.
O chefe de Estado tinha sido interrogado sobre a notícia de que o relatório da Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) sobre o caso das gémeas refere que a Presidência da República não enviou, num primeiro momento, documentação solicitada por esta entidade.
Na resposta, Marcelo Rebelo de Sousa referiu que “a Presidência da República enviou para o Ministério Público em dezembro toda a documentação” e que “o Ministério Público considerou que era segredo de justiça” e por essa razão não foi enviada à TVI nem à IGAS, que a solicitaram.
“O Ministério Público entendia que era segredo de justiça”, reforçou. Posteriormente “foi entendido pela Comissão de Acesso aos Documentos Administrativos (CADA) que não havia” e a documentação foi enviada em janeiro.
O Presidente da República reiterou que nunca mais falou com o seu filho, Nuno Rebelo de Sousa, sobre este caso. “Pois, precisamente, se está em investigação, entendi que não devia falar”, justificou.
Questionado se o seu filho invocou o seu nome para interceder a favor da administração do medicamento às gémeas luso-brasileiras, remeteu para o próprio Nuno Rebelo de Sousa explicações: “Terão de perguntar ao próprio, tem 51 anos, é maior e vacinado, vive noutro Estado”.
O Presidente da República foi ainda questionado sobre a decisão do Chega de avançar para uma comissão de inquérito ao caso das gémeas.
Marcelo Rebelo de Sousa diz que não pode falar de partidos porque o país está já desde há dois dias em período pré-eleitoral para as europeias de 9 de junho.
Marcelo Rebelo de Sousa falava aos jornalistas à saída do Palácio Nacional da Ajuda, em Lisboa, depois de dar posse aos 41 secretários de Estado do XXIV Governo Constitucional, chefiado por Luís Montenegro.