“Só se pode esperar o pior”. Mariana Mortágua critica novo Governo

“Só se pode esperar o pior”. Mariana Mortágua critica novo Governo


Novos titulares das pastas da Saúde, Trabalho e Habitação foram os mais atacados.


A coordenadora do BE criticou, esta segunda-feira, o novo Executivo. "Só se pode esperar o pior deste Governo, até pelos ministros escolhidos", disse Mariana Mortágua destacando as escolhas dos titulares das pastas do Trabalho, Saúde e Educação.

É com "enorme preocupação" que a bloquista vê o futuro e acusa o programa eleitoral da Aliança Democrática (AD), que ganhou as legislativas de 10 de março, de não ter "uma ideia sobre como resolver a crise na habitação, no SNS" ou sobre "como subir salários e combater a precariedade".

"Quando olhamos para os principais ministros e ministras das pastas centrais de problemas que temos de resolver, essas preocupações só se adensam", afirmou Mariana Mortágua.

Para a líder do Bloco de Esquerda, Ana Paula Martins, agora ministra da Saúde e antiga presidente do conselho de administração do Hospital Santa Maria, foi "responsável pelo encerramento" do serviço de obstetrícia naquela unidade.

"É uma ministra da Saúde que defende a privatização do acesso à saúde, que não tem qualquer pudor em dizê-lo, que acha que o acesso à saúde deve ser privatizado, partilhado com os privados, e que está à frente da pasta do Serviço Nacional de Saúde (SNS)", criticou.

Em relação a Fernando Alexandre, novo ministro da Educação e Ensino Superior, a bloquista lamenta que tenha um percurso "muito distante" do setor.

Trata-se de uma "das pastas mais importantes", disse, sublinhando que existem problemas “graves na carreira dos professores", nomeadamente a nível de salários e capacidade de atração.

A propósito da escola, Mortágua relembrou declarações que o agora ministro da Educação, terá proferido no período da troika.

"Defendeu cortar definitivamente o 14.º mês a todos os funcionários públicos, não temporariamente, mas definitivamente, e defendeu cortar também definitivamente um mês nas reformas acima dos 1.500 euros, porque na altura entendia que era uma boa forma de as pessoas assentarem os pés na terra e perceberem que no futuro as reformas são mais baixas", sublinhou.

Mariana Mortágua criticou também a nova ministra do Trabalho, Maria do Rosário Palma Ramalho, acusando-a de atacar “todos os avanços que houve na lei laboral e na defesa da desregulação do trabalho".

"Portanto, em três áreas centrais – saúde, educação, trabalho -, temos três ministros com posições a favor da desregulação, com posições no passado de apoio a cortes salariais, nas pensões, com posições de apoio à privatização de serviços públicos essenciais", criticou, reiterando que "só se pode esperar o pior deste Governo".

Sobre a expectativa para o discurso do Presidente da República na tomada de posse do novo Governo, Mortágua defendeu que era “importante” que Marcelo Rebelo de Sousa abordasse as condições de governabilidade do Executivo.

"Era importante compreender quais são as condições impostas pelo Presidente da República a este Governo que, como sabemos, governa numa situação de permanente instabilidade", salientou.