O crescimento do futebol feminino


E para quem acha que não existe perfume a sair daquelas bolas é olhar para cada toque de bola da Kika Nazareth ou da Jéssica Silva.


A semana passada fui ao Estádio da Luz. Isso só por si não representa novidade nenhuma uma vez que sou presença assídua nos jogos do meu clube desde há muitos anos, graças ao meu Pai que me incutiu o gosto pelo futebol ainda era eu uma criança. Habituei-me por isso desde cedo a ir ao Estádio, a vibrar com as vitórias e a sentir a amargura dos empates e das derrotas que muito me entristeciam por essa altura. Desta vez fomos ver um jogo de futebol feminino, mais propriamente um jogo dos quartos de final da UEFA Women’s Champions League que colocava frente a frente o meu Benfica, novo nestas andanças e o titulado Olympique Lyonnais, mais conhecido por Lyon, que é “só” considerada a melhor equipa de futebol feminino da Europa dos últimos anos tendo ganho 8 competições desde 2004 tendo também o recorde de 5 Champions seguidas, de 2016 a 2020.

Confesso que quando comecei a ver os primeiros jogos da equipa feminina de futebol, em 2018 achava aquilo uma verdadeira seca. As jogadoras não tinham a mesma destreza dos homens, parecia que tinham tijolos nos pés, pouca capacidade física e o jogo era desenrolado de forma lenta e previsível. Ver um jogo daqueles depois de ver um qualquer jogo de homens do terceiro escalão era como ver um jogo em câmara lenta ao melhor estilo dos antigos jogos de solteiros contra casados que ocorriam lá na terra por alturas festivas. No entanto o jogo mudou e a capacidade das nossas meninas e a adaptação a competições cada vez mais competitivas fez também subir o nível das nossas jogadoras e hoje em dia ver um jogo de futebol feminino já não é a mesma coisa dessa altura.

Acredito que dos quase 20 mil adeptos que estavam no Estádio, poucos seriam os que acreditavam num desfecho diferente de uma goleada das antigas, ainda assim, lá se deslocaram na esperança que ocorresse um milagre. E ele quase aconteceu. Numa primeira parte muito bem disputada o Benfica saiu para o intervalo a ganhar 1-0 tendo o Lyon dado a volta ao marcador já na parte final do encontro quando se notou uma diferença física e de experiência entre as jogadoras dos dois clubes. Para lá do acréscimo de qualidade que é visível a cada ano que passa é notória uma paixão pelo jogo, por parte das profissionais que já é difícil de ver nos homens. A forma como vibram, a intensidade e a dedicação e a integridade com que disputam cada lance dá gosto de ver e faz lembrar outros tempos.

Tenho orgulho nas jogadoras que honraram o símbolo durante aquele jogo e têm honrado ao longo desta época. Conseguiram a proeza de empatar com o Barcelona (sofrendo o golo do empate já nos descontos) e de chegar ao jogo contra a mais forte equipa dos últimos anos, sem medos nem temores mas com um prazer notório e uma entrega que devia ser exemplo para muitos jogadores e que quase resultou num resultado histórico. E para quem acha que não existe perfume a sair daquelas bolas é olhar para cada toque de bola da Kika Nazareth ou da Jéssica Silva. Talvez não esteja longe o sonho de ver o Benfica novamente Campeão Europeu, desta feita no feminino. Que pena o Porto não ter uma equipa também para tornar a competição interna mais competitiva. Talvez com a entrada das mulheres este desporto se torne um pouco menos bárbaro e candongueiro.

O crescimento do futebol feminino


E para quem acha que não existe perfume a sair daquelas bolas é olhar para cada toque de bola da Kika Nazareth ou da Jéssica Silva.


A semana passada fui ao Estádio da Luz. Isso só por si não representa novidade nenhuma uma vez que sou presença assídua nos jogos do meu clube desde há muitos anos, graças ao meu Pai que me incutiu o gosto pelo futebol ainda era eu uma criança. Habituei-me por isso desde cedo a ir ao Estádio, a vibrar com as vitórias e a sentir a amargura dos empates e das derrotas que muito me entristeciam por essa altura. Desta vez fomos ver um jogo de futebol feminino, mais propriamente um jogo dos quartos de final da UEFA Women’s Champions League que colocava frente a frente o meu Benfica, novo nestas andanças e o titulado Olympique Lyonnais, mais conhecido por Lyon, que é “só” considerada a melhor equipa de futebol feminino da Europa dos últimos anos tendo ganho 8 competições desde 2004 tendo também o recorde de 5 Champions seguidas, de 2016 a 2020.

Confesso que quando comecei a ver os primeiros jogos da equipa feminina de futebol, em 2018 achava aquilo uma verdadeira seca. As jogadoras não tinham a mesma destreza dos homens, parecia que tinham tijolos nos pés, pouca capacidade física e o jogo era desenrolado de forma lenta e previsível. Ver um jogo daqueles depois de ver um qualquer jogo de homens do terceiro escalão era como ver um jogo em câmara lenta ao melhor estilo dos antigos jogos de solteiros contra casados que ocorriam lá na terra por alturas festivas. No entanto o jogo mudou e a capacidade das nossas meninas e a adaptação a competições cada vez mais competitivas fez também subir o nível das nossas jogadoras e hoje em dia ver um jogo de futebol feminino já não é a mesma coisa dessa altura.

Acredito que dos quase 20 mil adeptos que estavam no Estádio, poucos seriam os que acreditavam num desfecho diferente de uma goleada das antigas, ainda assim, lá se deslocaram na esperança que ocorresse um milagre. E ele quase aconteceu. Numa primeira parte muito bem disputada o Benfica saiu para o intervalo a ganhar 1-0 tendo o Lyon dado a volta ao marcador já na parte final do encontro quando se notou uma diferença física e de experiência entre as jogadoras dos dois clubes. Para lá do acréscimo de qualidade que é visível a cada ano que passa é notória uma paixão pelo jogo, por parte das profissionais que já é difícil de ver nos homens. A forma como vibram, a intensidade e a dedicação e a integridade com que disputam cada lance dá gosto de ver e faz lembrar outros tempos.

Tenho orgulho nas jogadoras que honraram o símbolo durante aquele jogo e têm honrado ao longo desta época. Conseguiram a proeza de empatar com o Barcelona (sofrendo o golo do empate já nos descontos) e de chegar ao jogo contra a mais forte equipa dos últimos anos, sem medos nem temores mas com um prazer notório e uma entrega que devia ser exemplo para muitos jogadores e que quase resultou num resultado histórico. E para quem acha que não existe perfume a sair daquelas bolas é olhar para cada toque de bola da Kika Nazareth ou da Jéssica Silva. Talvez não esteja longe o sonho de ver o Benfica novamente Campeão Europeu, desta feita no feminino. Que pena o Porto não ter uma equipa também para tornar a competição interna mais competitiva. Talvez com a entrada das mulheres este desporto se torne um pouco menos bárbaro e candongueiro.