O Sindicato Independente dos Médicos quer voltar dialogar com o novo Governo com urgência, manifestando “total disponibilidade” e advertindo que não dará margem para que haja “estado de graça”. “A situação e a gravidade dos problemas que existem, a dificuldade de acesso dos portugueses a médicos de família, a cuidados de saúde, a cirurgias, a consultas, a dificuldade em constituir escalas de urgência, que continua um pouco por todo o país, vai obrigar a uma intervenção rápida de emergência e de uma forma consistente”, avisou o secretário-geral, Roque da Cunha. “Iremos solicitar com caráter de urgência, naturalmente, compreendendo que há muitas matérias que necessitam de trabalho, enfim, o programa de Governo, a composição dos gabinetes, mas desde logo o pedido fica feito”, para retomar as negociações. Quanto aos resultados das eleições e a existência de um governo minoritário Roque da Cunha afirmou que “é evidente que qualquer situação de instabilidade não é boa para o país”. Sublinhou ainda “a necessidade de investimento no Serviço Nacional de Saúde” e esperar que “o SNS seja daquelas matérias que, no quadro parlamentar, mereça o consenso alargado dos deputados”.
O representante do SIM lembrou que todos os partidos se comprometeram com o aumento intercalar dos médicos negociado no final do ano para que esteja completo em 2024. “Não é possível estarmos de uma forma recorrente a verificar que haja tantas saídas, tanta dificuldade em contratar médicos e a contratação de médicos reformados é um remendo. Há 12 anos que andamos a dizer exatamente isso. É uma medida que é provisória, mas é provisoriamente definitiva”, afirmou. Lembrou ainda ter sido um “privilégio” o SIM ter “assinado 36 acordos com todos os governos de todas as cores políticas, com a Santa Casa de Misericórdia, com as Parcerias Público Privadas”. E diz esperar que “tudo que foi expresso na campanha eleitoral, seja concretizado de uma forma rigorosa, séria, porque a situação que os portugueses hoje vivem em relação ao acesso a cuidados de saúde de saúde é muitíssimo grave”. Em causa está a atualização da grelha salarial, a reposição da perda de 30% do poder de compra e a adoção das 35 horas de trabalho semanais, incluindo 12 horas de trabalho em Serviço de Urgência.