Colégio Eleitoral pintado de vermelho


A magnitude da vitória de Trump não era, de todo, esperada. Os republicanos conseguiram vencer todos os swing-states, recuperaram a maioria no Senado e até venceram um Condado no Texas que votava democrata há 132 anos.


E foi assim, contra o que apontavam as sondagens, que ficou o mapa do Colégio Eleitoral americano quando apurados os votos das eleições de 5 de novembro. Uma vitória expressiva de Donald Trump, que, além de ter vencido em todos os swing-states – arrecadando, no total, 312 votos – venceu o voto popular por cerca de 5 milhões de votos.

Os republicanos recuperaram ainda a maioria no Senado, estão em boa posição para manter a maioria na Câmara dos Representantes e conseguiram manter a maioria no Supremo Tribunal. Ainda ganharam ao nível dos Governadores, conseguindo mais quatro que o Partido Democrata.

Os Estados decisivos para a eleição eram a Pensilvânia, o Michigan, o Wisconsin, a Carolina do Norte, o Arizona, o Nevada e a Geórgia. A Flórida confirmou o seu novo estatuto de red state (Estado vermelho/Republicano).

No Iowa, a situação foi um tanto ou quanto estranha. A poucos dias das eleições, uma sondagem da CNN mostrava Kamala Harris na liderança por 3% de vantagem. Trump acabou por vencer os 6 votos correspondentes ao Estado por 13,2%. Algo difícil de explicar.

Outro dado relevante foi o facto de Harris não ter conseguido sequer igualar os números obtidos por Joe Biden na eleição de 2020 em qualquer Condado. Starr County, um Condado no Texas predominantemente latino, ficou vermelho pela primeira vez em 132 anos.

Assistimos a uma mudança significativa na sociologia do voto, e vemos cada vez mais a classe trabalhadora a abandonar o Partido Democrata, preferindo o projeto republicano dominado agora pela doutrina pós-liberal que procura uma maior proximidade com os eleitores das classes mais pobres e da América profunda.

Segundo números da BBC, Trump conquistou 54% do voto masculino e Harris 54% do feminino, com o republicano a ser o mais votado entre o eleitorado sem diploma de Ensino Superior e Kamala a vencer o voto dos diplomados.

Quanto ao voto por gerações, Trump apenas se superiorizou nos eleitores entre os 45 e os 64 anos.

Ainda assim, e segundo dados da Catalist, Edison Research publicados pelo Financial Times, houve uma viragem para os republicanos em praticamente todas as franjas do eleitorado, à exceção das mulheres brancas diplomadas e dos eleitores com mais de 65 anos, ainda que de forma mínima. Esta tendência foi transversal a quase todos os Estados, apenas com o Utah e Washington a destoar dos outros 48 Estados, segundo o gráfico da Associated Press, também publicado no Financial Times.  

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