A organização-não governamental (ONG) Save the Children alertou esta sexta-feira que cerca de 1,1 milhão de crianças palestinianas estão em risco de vida na Faixa de Gaza devido à falta de comida e de cuidados de saúde, provadas pela guerra.
“O meu marido disse-me que as pessoas recorrem ao consumo de alimentos para pássaros, animais e folhas de árvores por desespero”, afirmou uma trabalhadora humanitária, citada num comunicado da ONG, que se encontra na cidade de Rafah. Os seus familiares estão na zona norte e estão em dificuldades. “Recentemente, (o marido da funcionária) encontrou restos de comida na casa da sua irmã, que já haviam sido mordidos por ratos, mas lavou-os e comeu-os mesmo assim, porque não havia literalmente mais nada para comer. Ele diz que não morrerá por causa das bombas, mas pela falta de alimentos”, contou.
Para a ONG, caso o governo de Israel continue a impedir a entrada de ajuda humanitária no conclave, o risco de vida das crianças continuará a aumentar.
Neste sentido, a Save the Children sublinhou que o risco de fome continuará a aumentar enquanto Israel continuar a impedir a entrada de ajuda, incluindo alimentos, água e produtos de higiene.
De acordo com a associação, entre 1 de janeiro e 15 de fevereiro, mais de 50% dos pedidos para trabalhos de ajuda humanitária e avaliação em áreas do norte de Gaza foram rejeitados pelas autoridades israelitas.