PUB
Conteúdo Institucional – Ibéria Universal
Foi já alta madrugada, ao fim de mais de 10 horas de debates em Montreal (Canadá), que foi aprovado o “Quadro Global de Biodiversidade Kunming-Montreal”. Trata-se de um acordo histórico, finalmente alcançado depois de longas negociações, e durante a segunda fase da 15ª reunião da Conferência das Partes da Convenção das Nações Unidas sobre Diversidade Biológica (COP15).
"Após quatro anos, chegámos ao fim da viagem!" – comentou o Presidente da COP15 e Ministro chinês da Ecologia e Ambiente, Huang Runqiu. Também o Secretário-Geral da ONU, António Guterres, afirmou: "Começámos, finalmente, a fechar um acordo de paz com a Natureza".
Num cenário de graves danos à biodiversidade global, a maior parte da opinião pública acredita que este “Quadro Global” é semelhante ao Acordo de Paris sobre a conservação da Natureza, estabelecendo objectivos e definindo um caminho claro para a governação global da biodiversidade até 2030 e mais além.
O documento equilibra ambição e pragmatismo e contém um total de 23 objetivos específicos, entre os quais o mais importante e marcante é o compromisso de proteger pelo menos 30% das terras, das águas interiores e dos oceanos do globo até 2030.
Foi considerado que 30 por cento é a percentagem mínima de áreas naturais necessárias para a sobrevivência e desenvolvimento humano básico. Actualmente, apenas 17% das terras do mundo e 8% dos oceanos do mundo estão protegidos.
A mobilização de fundos é outro objetivo central deste “Quadro” e também é vista como a chave para a implementação de outros objetivos. O documento propõe mobilizar pelo menos 200 mil milhões de dólares anualmente, até 2030, para implementar as estratégias nacionais de biodiversidade e os respectivos planos de ação. Está previsto que os países desenvolvidos forneçam, anualmente, pelo menos 20 mil milhões de dólares até 2025, e 30 mil milhões de dólares até 2030, para os países em desenvolvimento
Além disso, os 23 objetivos do “Quadro” também incluem a redução para metade, até 2030, do desperdício global de alimentos, da introdução de espécies exóticas invasoras e do uso de produtos químicos altamente perigosos.
Os esforços da China foram elogiados por todas as partes presentes na reunião. A diretora executiva do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, Inger Andersen, classificou mesmo como “extraordinário” o desempenho chinês na promoção da conservação da biodiversidade global.